Minerando o espaço para colonizá-lo

29/01/2013 14:37 Atualizado: 29/01/2013 14:37
Interpretação artística do asteroide Cleópatra, um tipo de asteroide que uma futura missão poderia abordar para mais estudos sobre o sistema solar (NASA/JPL-Caltech)

A perspectiva de pessoas de colonizando lugares longínquos da Terra tem sido um tema para sonhadores e visionários por algum tempo. Mas se isso tiver de acontecer realmente, é preciso haver mais do que otimismo. É preciso haver um modelo de negócio e formas de manter os colonos.

O modelo de negócios já existe e é algo que foi feito antes. Quando a Europa colonizou as Américas (de 1492 em diante), foi o potencial para a mineração que atraiu os colonos. As conquistas de Hernán Cortés no México e Pizarro Francisco no Império Inca foram parcialmente devido às terras que foram anexadas à Espanha, mas o mais importante foi o ouro e outras riquezas que poderiam ser extraídas daquela terra. Uma oportunidade semelhante existe no espaço, sem o derramamento de sangue daquelas conquistas.

Em 2012, a empresa norte-americana Planetary Resources foi criada como um novo empreendimento para minerar asteroides por água, minerais raros e outros materiais de alto valor. O ouro que usamos na Terra se acredita ter vindo de asteroides e não estaria presente na Terra quando ela se formou e objetos do tamanho de planetas foram descobertos que são principalmente de diamante.

Uma rival da Planetary Resources, a companhia Deep Space Industries, deve lançar na próxima semana, à procura de platina.

Na Lua, é possível extrair água, mas, possivelmente, o recurso mais útil é o hélio-3, muito raro na Terra, mas comparativamente abundante na Lua e pode ser utilizado em reatores de fusão.

Os primeiros usos para essas aplicações de mineração de fato não seria para trazê-los para a Terra para utilização, mas para ajudar em mais atividades espaciais, tais como “reabastecimento” de satélites ou missões que iriam mais longe, como Marte. Os colonos precisarão de oxigênio e água, não tão deslumbrante como ouro e diamantes, mas mais valiosos. Oxigênio e água podem ser extraídos minerando-se e processando quimicamente o pó.

Naturalmente, há muitas barreiras para a criação de uma operação de mineração no espaço. Máquinas devem ser projetadas para trabalhar com diferentes tipos de solos, em gravidade baixa ou zero. A automação de tais equipamentos deve ser tal que exija pouca intervenção da Terra. Esses equipamentos automatizados devem ser capazes de se posicionar sem GPS e tudo deve funcionar otimamente após simulação exaustiva na Terra.

Além disso, há as questões legais sobre quem detém tais recursos? Os tratados existentes são robustos o suficiente? Como você garantiria sua mina? E há a questão econômica: O quão bem a geologia tem sido estudada? Você está minerando no lugar certo? Pode-se ter um retorno garantido?

Estas e muitas outras questões relacionadas serão discutidas no ‘Fórum de Mineração fora da Terra’, organizado pelo Centro Australiano de Pesquisa de Engenharia Espacial (da qual eu sou o diretor) da Universidade de Nova Gales do Sul entre 20 e 21 de fevereiro.

Este é o primeiro fórum do tipo na Austrália e, possivelmente, no mundo. O fórum permitirá que pesquisadores do céu azul (ou preto?) testem suas ideias com mineradores cabeça-dura. As necessidades extremas do espaço podem também produzir resultados úteis para a mineração terrestre, em particular na área da automação. Há também uma lógica para isso ser realizado na Austrália.

Isso permite que uma indústria que a Austrália é líder mundial – a mineração – ajude no desenvolvimento de uma área em que a Austrália é fraca – o desenvolvimento espacial de ponta. Num momento em que o governo federal se prepara para lançar uma política espacial nacional, novas e ousadas iniciativas como esta criam parcerias e oportunidades de negócios.

A Austrália, no planejamento do século asiático, estabeleceu a meta de colocar a produtividade australiana entre as 10 maiores do mundo até 2025. Um relatório recente do Reino Unido mostrou que a mineração e o espaço são os números um e três em termos de produtividade por setor.

A mineração já é bem desenvolvida na Austrália, mas melhorar sua produtividade tem sido um tema de debate recente. O desenvolvimento da capacidade espacial australiana também será um forte motor para satisfazer a maior produtividade visada pelo governo.

Há várias estimativas sobre quando a primeira mineração fora da Terra será estabelecida. Alguns dizem que dentro de uma década.

Quando quer que seja, é altamente provável que isto será o próximo passo significativo em nossa colonização do espaço.

Este artigo foi publicado originalmente em The Conversation.

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