GOTEMBURGO, Suécia – A cidade de Kiruna, no extremo norte da Suécia, que abriga 23 mil habitantes, fica no topo da maior mina de minério de ferro do mundo. Com o aumento da demanda mundial para o minério, a mineradora estatal Luossavaara-Kiirunavaara Aktiebolag (LKAB) está planejando mudar toda a cidade de lugar para facilitar o acesso a commoditie.
Ulrika Isaksson, oficial de informação do município de Kiruna, diz que a cidade vai se mudar em etapas no decorrer de um longo período de tempo. A primeira fase envolverá a mudança do centro da cidade.
“Não temos certeza sobre como isso vai acontecer, porque a LKAB deve negociar separadamente com todos aqueles que possuem um edifício na área”, disse.
No próximo ano, a LKAB vai abrir um novo nível principal na mina de Kiruna, a uma profundidade de 1.365 metros, e é justamente isso que forçou a cidade a se mover, de acordo com Anders Lindberg, oficial de informação da LKAB.
“Percebemos o quanto a cidade será afetada quando descemos a aquele nível. Levaremos entre 20 e 25 anos para mover a cidade, 3.000 casas serão afetadas durante esse período “, disse Lindberg.
De acordo com a lei sueca, a LKAB é economicamente responsável pela mudança. Lindberg vive em Kiruna e usa sua própria situação como um exemplo para o que pode ser o processo de compra dos imóveis.
A parte difícil é ir até a casa das pessoas e dizer-lhes que elas devem ir embora.
– Anders Lindberg, oficial de informação da LKAB
“A LKAB vai comprar minha casa dentro de dez anos a partir de agora”, disse ele. “Eu ainda ficarei como inquilino depois da compra. A LKAB está buscando uma licença para mineração na minha área e isso significa que eles devem comprar todas as casas naquela área. Quando a mineração finalmente começar, levará de 10 a 15 anos para o terreno ser afetado ao ponto que eu tenha que sair. ”
O movimento de 3 mil famílias exige um sério planejamento. Grande parte da infra-estrutura já está pronta, com novas estradas, uma nova ferrovia e outros utilitários. Uma área onde vivem 140 famílias já está sendo esvaziada devido a sua proximidade com as rachaduras que já se formaram na montanha da mineração, entretanto, até agora, nenhuma casa foi demolida ou movida.
A LKAB já investiu 6.000 bilhões de SEK (cerca de 900 milhões dólares) até agora para a reestruturação de toda a comunidade. Anders Lindberg diz que os lucros da LKAB são tão grandes que a realocação está dentro de sua capacidade técnica e financeira.
“Claro, nós daremos a elas outro lugar agradável para se viver, mas você nunca poderá mais caminhar ao redor da área onde você cresceu, ou onde você criou seus filhos”, ele disse. Ulrika Isaksson afirma que uma competição de arquitetura está em andamento para definir como ficará o novo centro da cidade.
“O município e a LKAB decidiram juntos quais edifícios de valor cultural precisam ser movidos,” afirmou a profissional. “Há 19 deles e todos terão um papel na nova cidade”, complementa.
Entre os edifícios a serem movidos está a igreja de madeira vermelha de 1912, e a casa de Hjalmar Lundbohm (1855-1926), o primeiro diretor-gerente da LKAB. Ele é considerado um dos fundadores de Kiruna, já que foi dele a idéia de criar esta cidade no meio do nada. Ele sabia que seria difícil, mesmo com o melhor dos salários, motivar os mineiros a se mudarem para este terreno isolado subártico sem criar uma comunidade atraente para eles e suas famílias.
O desafio de criar um lugar onde as pessoas gostam de viver é, novamente hoje, o que enfrentam a LKAB e o município enquanto planejam a grande mudança.
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