Militares da Tailândia lançam campanha para conquistar apoio popular

05/06/2014 13:29 Atualizado: 05/06/2014 13:29

Militares cantando rock norte-americano, fotografias com modelos fardadas e cortes de cabelo gratuitos são algumas das iniciativas da junta militar no poder na Tailândia para conquistar o apoio da população. O Monumento para a Vitória, lugar emblemático dos movimentos sociais tailandeses durante os últimos anos, foi invadido ontem (4) pelas bandeiras de centenas de partidários do golpe de Estado do dia 26 de maio.

A iniciativa faz parte da Campanha Levar a Felicidade à População, para melhorar a imagem dos militares e contrariar as críticas ao golpe. O exército organizou também atividades paralelas, como um posto de exames médicos, uma cantina militar gratuita e espetáculos da segunda divisão de cavalaria. Fontes das autoridades municipais garantiram que os eventos vão continuar nos próximos meses.

As províncias do Norte e do Nordeste do país, bases do movimento dos apoiantes do governo deposto, os camisas vermelhas, são um dos principais objetivos da estratégia de propaganda. A campanha de relações públicas é uma iniciativa do chefe da junta militar, general Prayuth Chan-Ocha, que criou um comando de operações de informações, cujas tarefas incluem a organização de eventos, serviços à comunidade e coletivas de imprensa. O programa inclui uma fase de três meses de reconciliação e um período de reformas, que se prolongará pelo menos até 2016, depois do qual os militares anunciarão a realização de eleições.

Desde 22 de maio, a junta militar dissolveu o governo e o Senado, suspendeu a Constituição, à exceção das disposições relativas à monarquia, impôs toque de recolher obrigatório e censurou os meios de comunicação.

A Tailândia vive uma grave crise política desde o golpe de estado de 2006 contra o antigo primeiro-ministro Thaksin Shinawatra, que vive exilado em Dubai, nos Emirados Árabes, para evitar uma condenação à revelia de dois anos de prisão por corrupção.

Thaksin ou aliados ganharam todas as eleições na Tailândia nos últimos 13 anos, incluindo a vitória eleitoral em 2011 da irmã, Yingluck Shinawatra, destituída em maio pelo Tribunal Constitucional. Ao todo, a Tailândia registou 12 golpes militares desde o fim da monarquia absoluta em 1932.

EBC