O Exército Popular de Libertação ficou no marasmo nos últimos dez anos e foi por causa da corrupção, disse um general chinês.
Em uma entrevista para a pró-Pequim emissora Phoenix Television, de Hong Kong, o major-general do Exército Popular de Libertação e diretor da Universidade Nacional de Defesa, Qin Tianshao, disse que o “ambiente político dentro das forças armadas foi muito sabotado” na última década por generais corruptos como Xu Caihou, algo que “prejudicou muito os militares”.
Xu Caihou, anteriormente o segundo homem mais poderoso no comando militar chinês de 2004-2013, faleceu em março de 2015 (enquanto estava preso) de cancro na bexiga, de acordo com a mídia estatal. Na época, ele estava sendo investigado por corrupção: desvio de ativos do governo e venda de postos militares.
Entre janeiro de 2014 e fevereiro 2015, um total de 30 generais militares foram colocados sob investigação por corrupção. E em 18 de fevereiro, o líder chinês Xi Jinping ordenou que a Secretaria Geral da Comissão Militar Central – uma polícia militar de corregedoria do Partido – faça uma auditoria geral sobre suas contas de 2013 e de 2014. Xi, além de presidente da China, é presidente da Comissão Militar Central.
A campanha anticorrupção nas forças armadas é, “na verdade, um processo de renascimento”, disse Qin, referindo-se ao processo de retificação do Partido Comunista Chinês movido pelo presidente chinês Xi Jinping e conduzido pelo chefe da agência anticorrupção, Wang Qishan. “Só enfrentando e corrigindo os problemas é que os nossos militares poderão resgatar a credibilidade e reconstruir o espírito militar”, acrescentou Qin.
Os militares já resolveram um problema extraordinário: habitação. De acordo com Qin, oficiais militares mantinham casas cedidas a eles pelo exército durante muito tempo depois de terem sido transferidos para outra área, mas agora o problema foi “completamente resolvido”.
Os comentários de Qin vieram depois que o regime chinês anunciou sua “Estratégia Militar para a China”, em 26 de maio, pela qual Xi disse que “os militares devem resolutamente salvaguardar a liderança do Partido e do sistema socialista único da China com determinação para assim defender os interesses de soberania nacional , segurança e desenvolvimento”.