Militares chineses realizam exercícios no Mar da China Oriental

19/10/2012 19:25 Atualizado: 31/10/2012 19:28
Marinheiros chineses a bordo de uma fragata atracada em Shanghai em 22 de setembro de 2011. (Guillaume Klein/AFP/Getty Images)

A Marinha e navios civis chineses realizaram um exercício conjunto no Mar da China Oriental recentemente, informou a mídia estatal, sugerindo que o regime comunista está tentando mostrar seu poderio militar em meio a uma disputa diplomática com o Japão pelas ilhas Senkaku.

“O exercício tinha como objetivo melhorar a coordenação entre a Marinha e os navios-patrulha administrativos, bem como afiar sua resposta a emergências para salvaguardar a soberania territorial e os interesses marítimos da China”, reportou a Xinhua, uma mídia estatal porta-voz do regime chinês.

Onze navios, oito aeronaves e pelo menos 1.000 embarcações de vigilância marítima e da administração pesqueira participaram da operação, que a Xinhua descreveu como um “exercício de rotina”. Foi realizado a leste de Zhoushan na província de Zhejiang da China.

A mídia estatal, que mostrou fotos de navios de guerra chineses, médicos e militares, além de um helicóptero, que participaram na manobra, disse que foram feitos exercícios simulados sobre a entrada ilegal, obstrução, “interferência intencional” e assédio de embarcações estrangeiras.

A Xinhua informou que durante as patrulhas em águas disputadas, os navios-patrulha da marítima e de pesca foram “perseguidos” e “ameaçados”, sem dar mais detalhes.

No mês passado, o Japão comprou as três ilhas restantes de um empresário japonês, um movimento que atiçou as tensões com a China. Taiwan também reivindica as ilhas, que são rochosas e desabitadas, mas teriam excelentes pontos de pesca e reservas próximas de gás natural.

O ministro das Relações Exteriores, Koichiro Genba, numa entrevista à BBC na quinta-feira (18), defendeu a compra das ilhas pelo Japão, dizendo que se o governador de Tóquio, Shintaro Ishihara, comprasse as ilhas como tinha anunciado, teria havido uma situação diplomática mais dramática. Ishihara, um político de extrema direita que tem sido crítico do regime chinês, queria navegar para as ilhas.

“Sob tal circunstância, o governo de Tóquio poderia tê-las comprado. A situação poderia ter sido muito pior; se o governo não comprasse as ilhas, acredito que o Sr. Ishihara teria desembarcado nas ilhas agora”, disse Genba.

Genba disse que o Japão é o legítimo proprietário das ilhas, mas acrescentou que Tóquio e Pequim não devem escalar as tensões.

“Para o Japão, a China é o maior parceiro comercial. O Japão também tem o maior número de empresas que investem na China. Sobre a questão da soberania, o Japão não pode conceder quando não é possível. Mas nossas economias são interdependentes e queremos valorizar o relacionamento mutuamente benéfico”, disse ele.

Várias empresas e negócios japoneses foram atacados por chineses durante manifestações, que foram provocadas pela luta sobre as ilhas. Grandes empresas japonesas, incluindo a Toyota e a Nissan, também suspenderam a produção. Turistas do Japão e da China reduziram drasticamente as viagens entre os países.

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