Militares ameaçam tomar o poder no Egito ainda hoje

03/07/2013 09:42 Atualizado: 03/07/2013 13:07
Conselho das Forças Armadas deu prazo até às 17h para Morsi deixar o cargo
Mulher egípcia manifesta contra o governo Morsi
Egípcia manifesta contra o governo Morsi (Ed Giles / Getty Images)

O Comando das Forças Armadas do Egito divulgou hoje pela manhã uma mensagem intitulada “As últimas horas” antes de ativar um golpe para defender o povo egípcio de “terroristas e loucos”.

A agência de notícias Reuters informou que fontes militares deram prazo até às 17h de hoje para que Morsi cumpra suas exigências. Caso contrário os militares ameaçaram tomar o poder e suspender a Constituição.

“Nós juramos por Deus sacrificar nosso sangue para o Egito e seu povo, para defendê-lo contra qualquer terrorista, radical ou louco”, informou o Conselho Supremo das Forças Armadas (SCAF), liderado por Abdel Fattah al Sisi, ao jornal Al Arabiya.

O presidente respondeu com um alerta para que as Forças Armadas não interfiram caso não resolvam as diferenças. Em seu depoimento público, Morsi destacou que sua eleição foi de caráter livre.

O presidente assumiu o cargo em 30 de junho de 2012 e chegou ao poder com pouco mais de 50% dos votos. No domingo, Morsi comemorou um ano de seu mandato, mas no mesmo dia centenas de milhares de pessoas reuniram-se na praça do Cairo para pedir sua renúncia e novas eleições. Alguns meios de comunicação do país comentaram que milhões de pessoas das cidades mais importantes participaram dos protestos.

A oposição disse que antes do início das manifestações, o documento que pede a renúncia do presidente totalizou mais de 20 milhões de assinaturas. Em declaração à Reuters, alguns líderes anunciaram que não irão tentar negociar novamente com Morsi.

A televisão estatal informou que a violência eclodiu na Universidade do Cairo e um homem com um rifle matou 16 pessoas e feriu cerca de 200. Fontes da Al Jazeera afirmam que o ministro da Saúde confirmou o número de mortos e feridos. Outras sete pessoas foram mortas em confrontos na capital.

Ontem à noite, Morsi afirmou que “a revolução de 25 de janeiro (que culminou na retirada do regime de Hosni Mubarak) aconteceu para atingir objetivos. A legitimidade será salvaguardada e eu estou disposto a dar minha vida para protegê-la”, disse o presidente, enquanto os seus partidários aplaudiam. Em contrapartida, a Al Jazeera rebateu: “Que legitimidade? Olhe ao redor as milhões de pessoas do Cairo e seus líderes”.

Seis ministros do atual governo e dois porta-vozes renunciaram nas últimas 48 horas, incluindo o ministro das Relações Exteriores, Kamel Amr. Na última segunda-feira, seu conselheiro militar, Sami Enan, também deixou o cargo.

As últimas propostas de Morsi direcionadas a seus adversários não foram ouvidas. O presidente disse que a oposição se recusou a ouvi-las com o objetivo de criar um governo técnico e um comitê para emendar a Constituição, informou a Reuters.

Segundo a Al Jazeera, o ativista egípcio Khaled Fahmy afirmou que “embora os irmãos muçulmanos o apoiem, suas forças estão enfraquecendo fora de seus eixos. As pessoas estão abandonando o navio.”

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