Milhões de toneladas de grãos envenenadas com metais pesados na China

12/02/2013 15:25 Atualizado: 12/02/2013 15:25
Trabalhadores rurais colhem trigo num campo em 29 de maio de 2011 em Huaibei, província de Anhui, China (ChinaFotoPress/Getty Images)

Pelo menos 36 mil hectares de terras agrícolas na China estão contaminados com níveis excessivos de metais pesados, segundo um documento do Ministério de Proteção Ambiental da China. Como resultado, 12 milhões de toneladas de colheitas na China a cada ano são contaminadas, o que se traduz em 20 bilhões de yuanes (3,2 bilhões de dólares) de perdas econômicas anuais.

De acordo com o Time Weekly, o Ministério da Proteção Ambiental e o Ministério de Terras e Recursos conduziram uma investigação nacional sobre a poluição do solo em 2006. Para evitar erros, a terra pesquisada foi dividida numa grade de 4 km² por bloco usando tecnologia GPS e amostras de solo foram coletadas de cada bloco. A investigação levou três anos para ser concluída e envolveu 20 mil funcionários na coleta e análise das amostras de solo de todo o país.

A investigação custou 1 bilhão de yuanes, mas seus resultados nunca foram tornados públicos. Em 31 de janeiro deste ano, Dong Zhengwei, um advogado baseado em Pequim, apresentou uma petição ao Ministério da Proteção Ambiental pedindo que “publicassem os dados da investigação nacional da poluição do solo e as causas da poluição”. O ministério nunca respondeu a Dong.

Embora o ministério nunca tenha publicado oficialmente o relatório completo da investigação, parece que partes emergiram posteriormente e vazaram para o público.

Arroz envenenado

Com base nos documentos vazados, que apareceram na internet recentemente, a poluição industrial de longo prazo resultou na acumulação de produtos químicos agrícolas, metais pesados e poluentes orgânicos não-biodegradáveis nos solos em regiões desenvolvidas, como o delta do Rio Pérola, o delta do Rio Yangtzé e na margem econômica do Bohai.

As regiões poluídas também estão em expansão. Em algumas cidades no Sul da China, metade da terra está contaminada com metais pesados tóxicos, como cádmio, arsênio e mercúrio, bem como compostos à base de petróleo. No delta do Rio Yangtzé, 10% das terras agrícolas amostradas não são mais adequadas para o cultivo por causa da poluição por metais pesados.

O documento disse que até 10 milhões de hectares, ou mais de 10% das terras agrícolas da China, foram contaminadas com metais pesados, com a maior parte da poluição nas regiões economicamente mais desenvolvidas.

Em 2002, o Instituto Nacional de Pesquisa do Arroz da China realizou testes em amostras de arroz dos mercados em toda a China. O resultado mostrou que 28% do arroz amostrado continha níveis excessivos de chumbo e 10,3% tinha níveis excessivos de cádmio. Em 2007, o Prof. Pan Genxing da Universidade de Agricultura de Nanjing conduziu um grupo de pesquisa num estudo semelhante de âmbito nacional, que também descobriu que cerca de 10% do arroz nos mercados da China contem cádmio.

Dependência de importações

O impacto mais imediato da poluição do solo é o dano causado à produção de alimentos. Pelo menos 10 milhões de toneladas de arroz a cada ano são perdidas devido à poluição por pesticidas, fertilizantes e resíduos industriais, segundo Li Fasheng, um pesquisador do Departamento de Controle da Poluição do Solo da Academia Chinesa de Pesquisa em Ciências Ambientais, que falou à imprensa chinesa.

De acordo com Han Jun, vice-diretor do Centro de Pesquisa de Desenvolvimento do Departamento de Estado da China, “A China importou 80,25 milhões de toneladas de grãos em 2012. Supondo que cada pessoa consuma em média 400 kg de grãos por ano, nós importamos grãos suficientes no ano passado para alimentar 190 milhões de pessoas na China.”

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