Milhões de chineses, tanto na China continental como no estrangeiro, romperam com o Partido Comunista Chinês (PCC) e seus grupos afiliados nos últimos dez anos. O movimento é chamado Tuidang, ou “Renunciar ao Partido”, que se transformou numa onda global e, em 2014, ultrapassou a marca de 160 milhões de renuncias.
Pode-se checar a quantidade de renuncias diariamente no site criado pelo Epoch Times em chinês, com assinaturas coletadas por centenas de voluntários em locais turísticos ao redor do mundo ou oriundas da própria China continental. Os Centros de Renúncia do Tuidang também são apoiados por praticantes do Falun Gong, uma prática de cultivo da mente e do corpo que é perseguida na China desde 1999.
Anualmente ocorrem eventos ao redor do mundo para divulgar o Tuidang. Nos EUA, geralmente são realizadas demonstrações que valorizam a Cultura Tradicional Chinesa através de artes marciais, desfile de bandeiras, gongos, tambores, dança do dragão, conduzidos pela banda marcial conhecida como Tian Guo, toda fardada em azul e branco, composta majoritariamente por chineses.
Apesar do aspecto comemorativo do evento, existe uma sensação de sobriedade e urgência que é refletida por muitos dos oradores, que convidam os chineses que ainda não renunciaram a aproveitar a oportunidade e cortar relações com o partido comunista.
Rong Yi, presidente do Centro de Serviço Global para Renúncia ao Partido Comunista Chinês em entrevista ao Epoch Times, disse que quer felicitar os mais de 162 milhões de chineses que despertaram para a verdade. Yi fez referência aos acontecimentos no Egito e na Tunísia em 2011, dizendo: “As ditaduras na África do Norte pareciam poderosas, mas foram rapidamente dissolvidas pelos protestos das pessoas. O povo do Norte da África tocou o sino fúnebre para o Partido Comunista Chinês e deu um bom exemplo para o povo chinês romper com a autocracia do regime.”
Yi também falou sobre os muitos pontos turísticos ao redor do mundo onde os voluntários dos Centros de Renúncia ajudam passageiros de ônibus turísticos a renunciarem ao Partido Comunista Chinês e a seus grupos juvenis afiliados. Segundo Yi “alguns deles são funcionários de alto escalão que preferiram renunciar usando seus nomes verdadeiros”.
Um homem de Guangzhou, de sobrenome Wang, disse que leu os Nove Comentários sobre o Partido Comunista – uma série editorial publicada pelo Epoch Times em 2004 que inspirou o movimento de renúncia Tuidang – e decidiu ajudar, imprimindo várias cópias da publicação para dar aos seus conhecidos. Ele disse que a maioria de seus amigos e familiares renunciaram ao Partido Comunista Chinês, e muitas pessoas de forma espontânea incentivaram os demais a sair.
O comentarista da rádio Sound of Hope (Som da Esperança), Lan Shu, disse que esse grande movimento de renúncia ao Partido Comunista Chinês não tem precedente na história. “Demorou cinco anos para o número de renúncias chegarem a 60 milhões em 2009. Em mais um ano e três meses, outros 30 milhões saíram. A número de pessoas que têm renunciado ao Partido Comunista Chinês está acelerando anualmente”, Lan disse.
Ma Youzhi, uma funcionária de um dos Centros de Renúncia Tuidang no norte da Califórnia disse que, apesar dos mais de 400 protestos em massa que ocorrem na China a cada dia, o Partido Comunista Chinês tem-se mantido no poder porque ele é muito pior do que as outras ditaduras do mundo. “O PCC aterroriza as pessoas com a violência e as faz abrir mão de suas consciências através do medo”, disse Ma.
Jane (nome fictício), uma praticante de Falun Gong chinesa exilada nos EUA, foi encarcerada em um centro de detenção de Pequim e no Campo de Trabalho Forçado para Mulheres de Tiantanghe, porque ela não quis renunciar à sua crença. Ela disse que durante sua prisão, ela testemunhou um guarda algemar as mãos e os pés juntos de outra praticante. Esta pessoa foi forçada a andar curvada, arrastando pesadas correntes pela prisão.
Um movimento similar de renúncia ao partido comunista foi realizado na Europa Oriental antes da queda do comunismo na região.