Cerca de 200.000 sírios fugiram da cidade mais populosa, Aleppo, nos últimos 10 dias, o combate continua entre as forças do regime e os rebeldes, informou a agência de refugiados das Nações Unidas nesta segunda-feira.
Melissa Fleming, uma porta-voz da agência da ONU, disse que a maioria das pessoas “não cruzaram” as fronteiras para a Turquia, Líbano ou outros países vizinhos, mas foram deslocados internamente. O desembolso tornou difícil para as agências de ajuda operarem.
A ONU disse que um número indeterminado de pessoas ainda está preso na cidade.
Forças do regime sírio usaram artilharia pesada em Aleppo, o centro econômico do país com uma população de mais de 3 milhões de habitantes, disse a organização de refugiados.
“Estou extremamente preocupada com o impacto do bombardeio e da utilização de tanques e outras armas pesadas sobre as pessoas em Aleppo”, disse Valerie Amos, a chefe de assuntos humanitários da ONU que visitou a Síria meses atrás, num comunicado de imprensa. Ela pediu aos rebeldes e às forças do regime “para garantirem que não têm como alvo os civis e que permitam que as organizações humanitárias tenham acesso seguro.”
Pelo terceiro dia, rebeldes e soldados do governo entraram em choque pelo controle da cidade, com ambos os lados afirmando terem tomado novas áreas.
“O exército sírio controlou parte do distrito de Salaheddin e continua sua ofensiva”, disse uma fonte da segurança próxima ao regime, segundo a Al-Jazeera. Mas um comandante do Exército Sírio Livre, o coronel Abdel Jabbar al-Oqaidi, disse que suas forças “lançaram um novo ataque a Salaheddin durante a noite e destruíram quatro tanques” enquanto as forças do governo “não avançaram um metro”.
No entanto, Oqaidi disse, “Vários quadrantes de Aleppo estão sendo bombardeados com [aviões de combate de fabricação russa] MiG e helicópteros.”
O relato do coronel coincide com o que o secretário-geral Ban Ki-moon disse na segunda-feira, que aviões de combate e helicópteros foram mobilizados, somando-se aos 16 meses de “repressão brutal” do governo à dissidência.
“A cada dia, enquanto a violência cresce, mais sírios são mortos, feridos, torturados ou forçados a fugirem de suas casas ou de seu país”, disse Ban.
A batalha por Aleppo é uma continuação dos confrontos em Damasco entre os rebeldes e as forças leais ao presidente Bashar Assad. Mais de uma semana atrás, quatro membros do círculo interno de Assad, incluindo seu cunhado, foram mortos num ataque à bomba.
Na segunda-feira, um alto diplomata sírio para o Reino Unido demitiu-se numa tendência crescente de altos funcionários que desertam ou renunciam, incluindo altos funcionários militares e o embaixador da Síria para o Iraque, disse o Ministério das Relações Exteriores britânico.
O agente diplomático sírio Khaled al-Ayoubi deixou o cargo porque “não está mais disposto a representar um regime que tem cometido tais atos de violência e opressão contra seu próprio povo e é, portanto, incapaz de continuar em sua posição”, disse o Ministério das Relações Exteriores num comunicado.
“Sua partida é mais um golpe para o regime de Assad”, disse um porta-voz do Ministério num comunicado. “Isso ilustra a repulsa e o desespero provocados pelas ações do regime entre os sírios de todas as esferas da vida, dentro e fora do país.”