Milhares de aldeões protestam contra expropriação de terras na China

25/10/2013 09:23 Atualizado: 07/11/2013 22:41

Em 21 de outubro, milhares de chineses na província de Guangdong protestaram em frente à sede do governo local contra a venda de terras da comunidade por oficiais que embolsaram o dinheiro.

Moradores furiosos da aldeia de Lin Tong, na região de Shantou, exigiram uma solução para o problema da venda ilegal de terras e que fosse feita uma reunião com os funcionários do departamento provincial de terras.

Os oficiais da vila desativaram as linhas de ônibus locais para impedir que os manifestantes fossem à sede do governo para protestar, mas os moradores contrataram seus próprios ônibus. Então, as autoridades locais ameaçaram os motoristas para que não se atrevessem a ir.

Na falta de outro meio de transporte, milhares de cidadãos caminharam 10 km para protestar e motociclistas também ajudaram os moradores a chegarem ao local dos protestos. Os primeiros manifestantes que chegaram foram presos.

Os aldeões exibiram cartazes com as assinaturas dos cidadãos lesados e faixas exigiram ver o secretário local do Partido Comunista Chinês (PCC) a respeito da venda de terras da comunidade, que era habitada pelas famílias da região por gerações.

A disputa se arrasta desde outubro do ano passado, quando funcionários corruptos venderam as terras coletivas da aldeia, avaliadas em mais de 1 bilhão de yuanes (US$ 164 milhões). Moradores disseram que os funcionários transferiram e venderam secretamente as propriedades – incluindo uma montanha, praias e campos agrícolas – depois de forjarem a assinaturas dos moradores e assinarem um contrato de exploração madeireira na floresta da região. Os moradores descobriram que um empreendimento de luxo foi planejado na área.

Os aldeões receberam promessas de oficiais do PCC que uma investigação seria feita sobre as vendas fraudulentas, mas não houve resultados. Em dezembro de 2012, os moradores entraram com uma petição de protesto no governo municipal de Shantou, mas a petição também não obteve resposta.

De acordo com os moradores da aldeia, eles foram abandonados num limbo, sem saber quem é dono de sua terra, enquanto veem as construtoras nivelando o terreno para edificações futuras e são impedidos de cultivar a terra que costumava lhes sustentar.