Anthony Wong Chau-Sang, um ator renomado de Hong Kong, repreendeu mordazmente no Facebook a mídia do Partido Comunista Chinês (PCC) depois que eles enalteceram as ‘muitas’ contribuições do PCC a Hong Kong.
Em 31 de janeiro, o primeiro dia do Ano Novo Chinês, a agência estatal de notícias Xinhua, uma porta-voz do regime chinês, publicou dois artigos afirmando que, sem o apoio do Partido Comunista Chinês, Hong Kong não teria o nível de sucesso que desfruta hoje.
No dia seguinte, Wong expressou sua repulsa no Facebook: “Eu não me importo se você é a agência de notícias Xinhua. Será que o planeta deixará de girar se não houver PCC no continente? Seus megalomaníacos! Por acaso Hong Kong depende de você? Vocês precisam ser repreendidos num auspicioso Ano Novo!”
Os dois artigos listavam várias medidas financeiras que o PCC tomou para beneficiar Hong Kong, como o Acordo de Estreitamento das Relações Econômicas (CEPA), que permite que chineses do continente visitem Hong Kong individualmente. “Nos negócios, como vocês podem dizer quem está favorecendo quem?”, escreveu Wong. “Se um lado insiste que ele é indispensável, não seria ele um bandido?”
Esta não é a primeira vez que Wong entra em conflito com a mídia do PCC. Em julho de 2013, ele lamentou no Weibo, o equivalente chinês do Twitter: “Mais da metade das pessoas na China continental não podem ler os textos escritos em caracteres tradicionais chineses! A civilização chinesa está morta no continente.”
O Diário Guangming, outra mídia controlada pelo PCC, respondeu atacando Wong agressivamente com termos como “intocável”, “pária”, “escravo” e “cão de Hong Kong”. E acrescentou que Wong era um “falso estrangeiro”, referindo-se a sua ascendência britânica e chinesa, e completou dizendo que ele estava “gemendo sem razão”.
Wong respondeu no Weibo: “Eu não sou nem linguista nem historiador. Por que prestar tanta atenção às minhas palavras? Por que esse ataque com força total?” Mais tarde, ele explicou: “A razão de eu dizer que a civilização chinesa está morta no continente é porque a língua é a chave para a cultura. Sem essa chave, não podemos apreciar o conteúdo da cultura.”
Wong também se opôs abertamente ao chefe-executivo de Hong Kong, Leung Chun-ying, que apoia o PCC desde que assumiu o cargo. Wong ridicularizou Leung por tomar notas quando sempre encontra os líderes do PCC, como um garçom anotando as ordens num restaurante fast-food.