Mídia chinesa informa que chefe da segurança assassinou ex-esposa

02/08/2014 11:49 Atualizado: 02/08/2014 11:49

Agora que o “grande tigre” Zhou Yongkang foi derrubado, a mídia estatal chinesa se voltou contra ele.

Após a Xinhua, uma mídia estatal porta-voz do Partido Comunista Chinês, anunciar na terça-feira (29) que o ex-chefe da segurança interna estava sendo investigado por “graves violações da lei”, a mídia chinesa começou a publicar amplamente rumores antigos que outrora teriam sido censurados de imediato.

A história mais quente tem a ver com a alegação de que Zhou assassinou sua primeira esposa, de modo que ele pudesse ficar livre para se casar com uma bela segunda esposa que era 28 anos mais jovem.

Jia Xiaoye entrevistou Zhou Yongkang em 1999 para um programa da emissora estatal Central Chinesa de Televisão (CCTV). Em 2001, eles se casaram. Zhou tinha 58 e Jia 31.

Na época, Li Dongsheng era o vice-presidente da CCTV. Mais recentemente, ele foi o vice-ministro do Ministério da Segurança Pública da China e chefe da agência do Partido Comunista encarregada de perseguir a prática espiritual do Falun Gong.

Associado de longa data de Zhou, Li foi investigado pelo órgão disciplinar do Partido Comunista Chinês (PCC) em dezembro de 2013 e expulso do PCC em 30 de junho, enquanto a liderança central do PCC continuava a expurgar os ex-companheiros e subordinados de Zhou.

Na CCTV, Li era famoso por usar belas e jovens apresentadoras da CCTV para subornar funcionários do governo, segundo a revista Waican, que é publicada pela empresa de mídia chinesa no exterior Mingjing. De acordo com os rumores amplamente difundidos atualmente nos meios de comunicação da China, Jia era uma dessas jovens.

Outros rumores dizem que as apresentadoras da CCTV estão agora sendo interrogadas na campanha “anticorrupção” em andamento na China.

Em 2009, Li, que não tinha experiência em Segurança Pública, mas foi promovido a vice-ministro da Segurança Pública e a chefe da Agência 610, que persegue sistematicamente o Falun Gong. Especulações na sociedade chinesa dizem que a promoção de Li ocorreu com a ajuda de Zhou, que entre 2007-2012 chefiou o Comitê dos Assuntos Político-Legislativos (CAPL), o órgão do PCC usado para supervisionar todas as forças de segurança pública, os sistemas judicial, prisional etc. (Após Xi Jinping, o atual secretário-geral do PCC e presidente da China assumir o poder no final de 2012, o papel do CAPL foi rebaixado.)

Muito pouca informação sobre Jia Xiaoye está disponível na internet e nenhuma foto dela pode ser encontrada. O jornal Apple Daily de Hong Kong disse que todas as informações online sobre Jia foram apagadas após Zhou se tornar chefe do CAPL.

Uma fonte na CCTV disse a um website de notícias de Shanghai, chamado ‘The Paper’, que Jia deixou a CCTV mais de 10 anos atrás e que seu nome se tornou uma “lenda” na CCTV.

Ex-esposa assassinada

Wang Shuhua, a ex-esposa de Zhou, foi morta num acidente de carro logo após se divorciar de Zhou em 2000, segundo uma seção de notícias do Tencent, um website da China continental. A morte de Wang tem sido referida como um “acidente misterioso”, e rumores dizem que Zhou planejou o acidente de carro.

Vários funcionários aposentados da PetroChina, onde Zhou trabalhou, disseram à emissora Phoenix TV de Hong Kong que Wang foi morta em Pequim por um carro com placa de licença militar.

Após a morte de Wang Shuhua, o filho mais novo Zhou Han rompeu todas as relações com o pai Zhou Yongkang. Rumores dizem que Zhou Han acredita que Zhou Yongkang conspirou para matar sua mãe. Segundo o Gucheng.com, um website de notícias financeiras da China continental, Zhou Han inclusive se recusou a permitir que Zhou visse o neto.