Problemas políticos italianos e inação do Banco Central afundam mercados
Bastou a situação na Europa começar a mudar, os mercados dão um alerta de que a Europa pode não ser corrigida. O Banco Central Europeu (BCE) forneceu uma perspectiva econômica sombria, o italiano Silvio Berlusconi está de volta e dados econômicos pioraram.
Na semana passada exploramos os perigos que um euro em alta representa para a indústria europeia de exportação. Após comentários sombrios sobre a economia europeia do presidente do BCE, Mario Draghi, feitos na reunião de 7 de fevereiro, esta preocupação pode em breve ir embora.
Na semana passada, o euro caiu 2%, para fechar em 1,3369 dólares. Foi registrada a maior queda desde julho de 2012 até quinta-feira, quando Draghi falou, antes de se recuperar um pouco na sexta-feira 8 de fevereiro.
Para piorar as coisas, Draghi deixou as taxas em espera e não ofereceu mais compromissos em termos de estímulo monetário não convencional. Ele comentou que o risco econômico permanece inclinado para o lado negativo e vê maior enfraquecimento no início de 2013. Para a maioria de 2012, a Europa e os bancos europeus foram ajudados pela injeção de liquidez do BCE ou a promessa deste. No início de 2012, o BCE forneceu 1,3 trilhões de dólares em empréstimos baratos, a serem pagos no prazo de três anos.
Ao invés de repassarem mais empréstimos, alguns bancos na verdade escolheram reembolsar uma parte dos empréstimos mais cedo. No final de janeiro e início de fevereiro, os bancos europeus retornaram 146 bilhões de euro (195 bilhões de dólares) ao BCE, assim apertando a liquidez.
Além disso, a promessa de Draghi de comprar uma quantidade ilimitada da dívida soberana, se necessário, a partir de setembro do ano passado, também não foi promulgada. Isso porque ele só pode começar a comprar quando um governo pedir ajuda, o que não acorreu até agora. Como consequência, as ações perderam ainda mais do que o euro, com o EURO STOXX caindo 2,9%, para 2.630.
Berlusconi ganhando nas urnas
A Itália teve um desempenho muito ruim, com a Bolsa de Valores de Milão perdendo 4%. Além do escândalo em andamento sobre o banco mais antigo do mundo, o Banco Monte Paschi di Siena; o bicho-papão da semana passada foi o ex-primeiro-ministro Silvio Berlusconi.
Muitas pessoas sorriram quando ele anunciou seu retorno no outono de 2012. Berlusconi renunciou em meio à crise de títulos no final de 2011 e muitos pensaram que ele havia partido definitivamente.
Agora, seu partido segue o candidato favorecido Luigi Bersani com apenas 4% de margem, segundo uma pesquisa recente da emissora italiana Sky Italia. Berlusconi representa um risco, pois muito provavelmente ele comprometerá o consenso europeu atual sobre a austeridade. Isso ficou claro na promessa de Berlusconi de dar o dinheiro de volta aos eleitores e abandonar um imposto de propriedade instituído pelo atual governo liderado por Mario Monti. Além disso, ele é conhecido por ser um político “enfant terrible”, provavelmente por não ceder aos desejos da União Europeia.
Mas mesmo que ele não vença as eleições gerais na Itália em 24-25 de fevereiro, sua popularidade renovada pode propiciar votos suficientes para resultar num Parlamento dividido. Estas situações na Europa sempre geram incerteza, como foi o caso da Grécia no ano passado, e isso é algo que o mercado não gosta.
A próxima semana
Dados econômicos na Europa não tem inspirado confiança recentemente. Na verdade, os níveis de produção industrial na França estão agora num nível visto pela última vez em 1997. A publicação sobre dezembro de 2012 na semana que vem provavelmente não mudará a tendência de queda. Economistas do Citigroup estão delineando um declínio de 1,8% ao longo do ano.
Mesmo a altamente avaliada economia alemã está mostrando sinais de fraqueza. Sua produção industrial caiu aos níveis de 2007 e a Alemanha publicará suas estimativas do PIB para Q4 2012. O Citigroup acredita que haverá uma queda de 0,5% em relação ao trimestre anterior.
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