Mercado imobiliário chinês despenca

16/04/2012 03:00 Atualizado: 16/04/2012 03:00

Dois trabalhadores chineses passam por um anúncio de um projeto imobiliário em Qingdao, na província de Shandong, leste da China, em 13 de dezembro de 2011. Os líderes chineses se comprometeram em manter as restrições do mercado imobiliário em 2012 para levar os preços dos imóveis de volta a um ''nível razoável'', disse a agência oficial Xinhua em 14 de dezembro. (STR/AFP/Getty Images)Desenvolvedores antecipam uma queda de mais 20% no preço dos imóveis

Transações imobiliárias na China foram escassas durante o primeiro trimestre de 2012, em grande parte devido à regulação do governo central, obrigando o mercado a atingir o fundo.

Vendas de terrenos residenciais declinaram consideravelmente, tanto em volume e preço nas principais cidades sob o peso da nova regulação. Especialistas dizem que as transações imobiliárias ficarão lentas se a pressão da regulação não for aliviada.

Em duas grandes reuniões políticas neste ano, o Primeiro-Ministro Wen Jiabao expressou a necessidade de melhor regular o mercado imobiliário, aumentando a expectativa do público de uma nova queda dos preços dos imóveis e, por sua vez, contribuindo para o declínio das transações imobiliárias.

O volume total de operações no período de janeiro a março em 20 cidades foi de 222 mil unidades, uma queda de 28,3% das 309 mil unidades no mesmo trimestre do ano passado, de acordo com estatísticas publicadas pelo departamento de pesquisa de mercado da Centaline Propriedade.

O declínio a partir do último trimestre de 2011 foi de 15,6%, ou 41 mil unidades. No mesmo período, a queda em Shanghai, Tianjin, Shenyang, Dalian, Qingdao, Hefei, Changsha e Haikou foi maior que 40%. Zhang Dawei, o inspetor-chefe do departamento de pesquisa da Centaline, disse que os preços dos imóveis deverão cair 10-20% nos próximos seis a doze meses.

Os desenvolvedores têm indicado que esperam os preços dos imóveis caírem mais 20%, de acordo com recente pesquisa do Standard Chartered Bank feita em 30 empresas do setor imobiliário em oito cidades. A pesquisa constatou o crescimento cada vez maior do inventário, e 23 empresas informaram que o inventário de suas cidades em desenvolvimento superam as estimativas. As cidades pesquisadas foram Chengdu, Wuhan, Nanjing, Hangzhou, Xian, Shijiazhuang, Zhongshan, e Zhaoqing.

Estatísticas do “Instituto de Pesquisa de Mercado Eu Amo Minha Casa” mostram que o número total de transações no primeiro trimestre em cidades de segundo nível no norte da China caiu 51%, uma taxa de declínio maior do que nas cidades de primeiro nível na região. No centro-sul, a taxa de queda em cidades de segundo nível é de 22%, o que é consistente com a queda experimentada nas cidades de primeiro nível. A parte oriental do país foi a única área que mostrou uma taxa maior de transações em cidades de segundo nível.

Em março, os preços médios das casas em 100 cidades continuaram um declínio de sete meses consecutivos, de acordo com dados divulgados pelo Instituto Chinês de Índice Imobiliário.

Além disso, os empréstimos de muitos desenvolvedores estarão vencendo nos segundo e terceiro trimestres deste ano, colocando mais pressão no sistema de financiamento, de acordo com o Standard Chartered Bank. O número de empréstimos inadimplentes e falências devem subir.

A empresa imobiliária China Poly Group Corp. recorreu a atividades promocionais, reduzindo despesas e pagamentos, e grandes reduções de preço no seu inventário. A empresa realizou quase 100 ações de atividades promocionais em 40 cidades desde janeiro. Em março, alguns contratos foram executados através de compras grupais, leilões online, e algumas propriedades foram vendidas com 20-30% de desconto.