Depois do pico de 5903 pontos alcançado em outubro de 2007, o índice composto da bolsa de Shanghai tem estado na descendente, com uma pequena elevação para 3412 pontos em 2009, após estímulos maciços do governo. Agora, o mercado de ações da China está prestes a atingir o fundo do poço novamente.
Os títulos chineses caíram 5,3% na segunda-feira 24 de junho de 2013, a maior queda em quatro anos. As ações continuaram a deslizar na terça-feira, aproximando-se rapidamente da baixa histórica de 1728 pontos durante a crise de 2008.
No entanto, um rumor de que o banco central pode intervir salvou o dia e recuperou o mercado de 1852 para 1959, uma reversão de 5,8% em poucas horas. No entanto, o índice está 20% abaixo do pico recente de fevereiro, identificando o mercado atual como descendente.
Essa volatilidade é rara num mercado politicamente manipulado como o chinês e o desempenho recente sugere que algo sério ronda os mercados.
O verdadeiro problema começou no final de maio, quando surgiram relatos de que o Banco Industrial e Comercial da China não pagou um empréstimo interbancário.
Desde então, as taxas de empréstimo interbancário de curto prazo no mercado subiram para níveis recordes, não muito diferente da explosão da taxa Libor vista no Ocidente na época da crise do Lehman Brothers. Em 20 de junho de 2013 surgiu outro relato de que o Banco Popular da China (PBOC) tinha de intervir.
Tudo isso sinaliza um estresse grave no sistema bancário e na China, onde a economia depende completamente do sistema bancário e da concessão de novos empréstimos para financiar a maior parte do investimento, que totaliza quase metade do PIB.
Na segunda-feira, 24 de junho de 2013, a revista Caijing informou que o Banco da China suspendeu todas as transferências de e para contas de negociação de futuros. Embora o problema fosse provavelmente relacionado a software e os serviços tenham sido retomados mais tarde no mesmo dia, outra notícia suspeita foi demais para os nervosos investidores, resultando num deslize ainda maior do mercado.
Esse deslize teria continuado inabalável, não fosse o boato de que o PBOC interviria injetando liquidez no mercado. Mais tarde, o PBOC anunciou que a liquidez seria “ampla” e disse que o aperto recente foi devido a “fatores sazonais”, segundo a Bloomberg.
É precisamente essa atitude displicente do PBOC que tem surpreendido e assustado os investidores, que até agora podiam contar com o PBOC para injetar liquidez no sistema. Um editorial recente do China Daily, uma mídia porta-voz do regime chinês, sugere que essa política deverá continuar.
“Ainda é muito cedo para concluir que as autoridades monetárias cruzarão os braços enquanto o mercado monetário se aperta e o mercado de ações descende. Mas os planejadores políticos deixaram clara a mensagem de que o modo anterior de crescimento econômico impulsionado pelo investimento estatal de crédito não continuará”, disse o editorial.
Nos últimos anos, o regime chinês falou inúmeras vezes sobre reformas estruturais para mudar a orientação do crescimento econômico, distante do investimento no consumo. Até agora, houve pouca ação, mas a postura do PBOC de reduzir o crédito barato para projetos de investimento pode ser o começo.
“O alto preço das habitações, as dívidas crescentes dos governos locais, um setor privado lento e, mais recentemente, as condições monetárias restritas dos bancos apontam para os riscos de uma economia sobrecarregada se não acelerarmos as atrasadas reformas estruturais”, disse o China Daily, que frequentemente é usado para comunicar as políticas do regime chinês.
O Dr. Frank Tian Xie, um professor de administração da Universidade da Carolina do Sul-Aiken, chegou à mesma conclusão: “Se a atual administração continuar a tendência de empréstimos irresponsáveis como antes, a bolha imobiliária e a inflação se tornarão uma dor de cabeça muito maior. O momento da explosão foi simplesmente adiado, mas a bolha inevitavelmente crescerá.”
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