Mensagem simbólica enviada a alto-oficial do Partido Comunista Chinês

24/07/2013 17:54 Atualizado: 24/07/2013 17:54
Chineses visitam o túmulo do ex-líder chinês reformista Hu Yaobang, na província de Jiangzi, China, no aniversário de seu falecimento em 14 de abril (AFP/AFP/Getty Images)

Um discurso de 36 anos, republicado por uma mídia porta-voz do Partido Comunista Chinês (PCC), tem gerado especulações de que o atual líder chinês Xi Jinping está enviando uma advertência a um inimigo poderoso no PCC.

O discurso, feito pelo ex-líder chinês reformista Hu Yaobang em 3 de setembro de 1977, quando este trabalhava sob a tutela do então verdadeiro líder do regime, Deng Xiaoping, era uma exposição sobre Kang Sheng, o chefe dos Serviços de Inteligência da China na época.

Os esforços de Hu Yaobang pela reforma levaram-no a ser removido do cargo de secretário-geral do PCC em 1987 e colocado em prisão domiciliar. Quando ele faleceu em abril de 1989, sua morte desencadeou o movimento democrático estudantil. Uns 50 mil estudantes marcharam na Praça da Paz Celestial (Tiananmen) para participar do funeral de Hu Yaobang.

Kang Sheng participou ativamente na perseguição de seus colegas em várias campanhas políticas, como a Revolução Cultural. Após sua morte, o PCC decidiu expulsá-lo em 16 de outubro de 1980, privando-o de seus vários títulos e condecorações.

O discurso de Hu Yaobang foi reproduzido na última edição da revista Study Times, um jornal da Escola Central do PCC.

Xi Jinping dirigiu a Escola do PCC antes de se tornar o líder do regime. Shi Zangshan, um comentarista sobre assuntos chineses, disse que, segundo fontes, o Study Times pertence à facção de Xi Jinping.

Comentando sobre o artigo do Study Times, Shi Zangshan disse que o tom é “bastante severo”, pois usava palavras como “carreirista” e “conspiradores”.

Zeng Qinghong

Entre o alto escalão e os membros influentes do regime, apenas Zeng Qinghong tem um histórico semelhante a Kang Sheng.

Ambos os homens ocuparam cargos de chefe do Departamento de Organização, vice-presidente, secretário do Comitê Central do PCC, membro-permanente do Politburo e, mais importante, os dois estiveram no controle do vasto sistema de inteligência e espionagem do regime chinês.

Zeng Qinghong é conhecido por ser um conselheiro importante do ex-líder chinês Jiang Zemin e da facção deste. Fontes no PCC dizem que Zeng desempenhou um papel importante na trama frustrada de usar Bo Xilai para substituir Xi Jinping como líder supremo da República Popular da China.

De acordo com várias fontes, após assumir a liderança do PCC, Xi Jinping tinha a intenção de se distanciar de Jiang Zemin sobre a questão da perseguição ao Falun Gong. Jiang Zemin ordenou a campanha de perseguição em julho de 1999 e isso se tornou uma questão extremamente sensível para o regime.

No entanto, Zeng Qinghong se opôs ao plano de Xi Jinping, organizando seu pessoal em Hong Kong para encenar ataques públicos aos praticantes do Falun Gong, quando estes realizassem eventos públicos, e assim enganar a comunidade internacional e fazer aparecer como se Xi Jiping apoiasse a perseguição iniciada por Jiang Zemin.

Muito provavelmente, a finalidade de republicar o discurso de Hu Yaobang neste momento é enviar uma mensagem de que a história está prestes a se repetir e que “alguém agindo como Kang Sheng” está em perigo iminente de ser expulso do PCC e despojado de todos os seus títulos.

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