Estudos indicam que durante a menopausa não apenas o sistema cardiovascular e o sistema esquelético são afetados, como também o sistema auditivo.
Mas, antes de abordarmos o assunto, é preciso deixar claro que menopausa é a última menstruação da vida de uma mulher. É quando a menstruação deixou de ocorrer, devido ao final da produção dos óvulos pelos ovários. Ou seja: a menopausa é o fim do processo de produção de óvulos e, portanto, do processo reprodutivo e menstrual. Quando a mulher realmente não menstrua mais (o que só pode ser certificado após 1 ano sem mesntruar) ela passou pela menopausa e é dita uma mulher menopausada ou que está na pós-menopausa.
Já o climatério é o período que antecede a menopausa, caracterizado por um declínio paulatino e mais acentuado da produção ovariana e, portanto, de suas funções reprodutivas. Durante esse período, o ciclo e o fluxo mesntruais tornam-se um tanto irregulares e mais escassos, os níveis de produção de hormônios femininos – estrogênio e progesterona – vão caindo, e tudo isso vai, em geral, sendo acompanhado por mudanças na libido e em outras condições gerais do organismo e da psique da mulher. Portanto, o climatério é a fase de transição entre a vida reprodutiva e a não-reprodutiva da mulher
Quando as mulheres passam pela menopausa elas sofrem uma redução nos níveis de estrogênio, que afetam o sistema cardiovascular e o sistema esquelético. Porém, também tem sido detectado que outros tecidos e aparelhos podem ser afetados nas mulheres em pós-menopausa, como, por exemplo, o aparelho auditivo.
Um estudo prospectivo de câncer de mama em mulheres passando por quimioterapia, mostrou que as pacientes apresentaram perda da audição de alta frequência seis meses após a terapia. “O padrão de perda é semelhante ao observado em mulheres na pós-menopausa”, relatou o ginecologista-obstetra George A. Helmrich, da Faculdade de Medicina da Universidade de South Carolina.
Os autores concluíram que a explicação mais provável para a perda auditiva é a redução dos níveis séricos de estrogênio, devido à quimioterapia. Este estudo foi realizado no Instituto Karolinska, em Estocolmo, líder em investigação auditiva.
“A perda de audição registrada de 1 decibel por ano é maior do que os modelos dos estudos anteriores haviam sugerido”, disseram os pesquisadores.
“Há agora dados de boa qualidade com níveis séricos de estradiol [hormônio sexual produzido pelos folículos ovarianos] associados à perda auditiva e um grau quantificado de perda. O ponto é determina-lo num estudo de grande escala para avaliar o efeito da terapia hormonal sobre a perda da audição em pacientes próximos à menopausa. Embora eu não possa dar dados suficientes para determinar o uso amplo da terapia hormonal, é uma peça essencial de informação para os médicos”, concluiu o Dr. Helmrich.
Outro estudo, realizado pelos médicos Hederstierna C., Hultcrantz M., Collins A. e Rosenhall U., concluiu que a menopausa atua como um gatilho na diminuição da audição em mulheres saudáveis, começando no ouvido esquerdo, segundo o website sobre menopausa.
O estudo envolveu 104 mulheres com idade média de 51,2 anos, que foram avaliadas com audiometria de tons puros por duas vezes. Todas relataram a sua idade e a data da última menstruação, e logo foram calculadas a diminuição das frequências individuais.
Perda auditiva
A diretora do departamento de audiologia do centro audiológico Tecnologia Auditiva Americana, Dra. Janet Valdivieso, disse à mídia RPP que “muitas pessoas com sintomas de perda auditiva relutam em aceitar que não ouvem bem, e não buscam oportunamente o apoio profissional especializado.”
“Isto é perigoso porque, além de negar a possibilidade de recuperar sua capacidade auditiva, está entrando num estado de isolamento e irritabilidade, que eventualmente afetará sua saúde emocional. Assim, a família deve estar atenta e buscar soluções que os avanços tecnológicos oferecem hoje”, acrescentou a doutora.
Ela afirma que atualmente existem cerca de 600 milhões de pessoas com perda auditiva em diferentes graus em todo o mundo, e metade estão abaixo de 65 anos.
As alternativas para as pessoas que carecem parcial ou totalmente de audição são os aparelhos auditivos e implantes cocleares. A Dra. Valdivieso aconselha que antes de usá-los o paciente se submeta a uma avaliação audiométrica completa, para determinar se existe a real necessidade de adotá-los. Os aparelhos auditivos servem para amplificar os sons, enquanto o implante coclear serve para enviar sinais sonoros diretamente ao nervo auditivo no cérebro.