Origem da expressão idiomática 口蜜腹劍 (kǒu mì fù jiàn)
O dizer chinês “mel na boca e punhal na barriga” também pode ser traduzido como “encobrindo um punhal com um sorriso” e é frequentemente usado para descrever pessoas que, apesar de terem palavras doces, têm sentimentos escusos no coração.
Sua origem é baseada numa história registrada no livro “Zizhi Tongjian” do historiador chinês Sima Guang (1019-1086) da Dinastia Song.
Linfu Li foi um primeiro-ministro do Imperador Xuanzong (685-762) da Dinastia Tang. Ele era um bom calígrafo e pinto, mas era conhecido por suas palavras doces e maliciosas.
A fim de bajular o imperador, ele subornou pessoas na corte próximas do imperador para descobrir quais eram seus gostos e preferências. Assim, ele poderia usar isso para atender às preferências do imperador e ganhar sua confiança.
Ciumento e mesquinho, Linfu Li manipulava ministros e outros funcionários de alto escalão de maneira similar, dispensando elogios e lisonjas quando estavam face a face, mas os puniria ou se vingaria se ficasse insatisfeito com eles.
Uma vez, ele ficou ofendido por um ministro apontar seu erro na corte. Ele fingiu não se importar, mas depois tentou encontrar alguma forma de se vingar. Posteriormente, Linfu Li disse ao ministro que havia ouro no Monte Hua e lhe sugeriu pedir permissão ao imperador para explorá-lo. Sendo honesto e justo, o ministro propôs imediatamente ao imperador verificar as jazidas.
O imperador ficou feliz e eventualmente discutiu o assunto com Linfu Li. Então, Linfu Li simulou grande preocupação e disse ao imperador que o Monte Hua era um lugar auspicioso que estaria essencialmente vinculado a sua majestade. E que, se a montanha fosse explorada, isso certamente seria prejudicial à saúde do imperador. E perguntou: “Quem é a pessoa que quer prejudicar sua majestade?”
O imperador ficou convencido de que era uma má ideia minerar o Monte Hua e rebaixou o ministro, enviando-o depois para uma área remota. Quando se descobriu a verdade, todos os ministros souberam que Linfu Li era um hipócrita e chamaram-no de “mel na boca e punhal na barriga”.
Hoje, a expressão é usada genericamente para descrever hipocrisia e malícia, ou uma pessoa que age de uma forma face a face e de outra pelas costas. Expressões similares são: “raposa em pele de cordeiro” e “traição mascarada de amizade”.
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