Mel é altamente eficaz na cura de feridas, afirmam pesquisadores

31/03/2014 08:00 Atualizado: 31/03/2014 00:13

Parece que os pesquisadores encontraram ouro líquido em seu trabalho de pesquisa sobre o uso do mel aplicado especificamente para tratamento de feridas, realizado na Unidade de Pesquisa do Mel na Universidade de Waikato, Nova Zelândia. Os resultados da pesquisa confirmam que o mel, muito utilizado na medicina popular, pode ser mais potente que antibióticos e não possui efeitos colaterais.

Peter Molan, professor doutor de bioquímica e chefe da Unidade de Pesquisa do Mel de Waikato, cita a história de uma paciente inglesa, que tinha uma ferida há mais de 20 anos. Infectada por bactérias resistentes a antibióticos, ela tinha um na axila da qual escorria continuamente uma secreção, que já havia sido drenada antes. Nada parecia ajudá-la e a dor a impedia de trabalhar.

Em agosto de 1999, ela leu um artigo sobre as propriedades cicatrizantes do mel. Ela convenceu o médico a colocar um cataplasma de mel sobre sua ferida e um mês depois, a ferida estava completamente curada. Após isso ela pôde voltar a trabalhar.

Em outros testes, cientistas aplicaram variedades conhecidas de mel, como a manuka da Nova Zelândia e a de geléia de arbusto da Austrália. Ambas são para fins medicinais, mas infelizmente os hospitais quase nunca as usam. Outro estudo, em Sydney, confirmou que o mel pode substituir eficazmente pomadas de antibiótico. É como um médico disse, “o mel pode ser considerado uma medicina alternativa”.

Vários estudos médicos, incluindo um dos pesquisadores da Universidade de Sydney, constataram a eficácia do mel aplicado localmente na cura de feridas e infecções.

Cientistas de Sydney confirmaram o que já é conhecido há milhares de anos: o mel tem profundas propriedades curativas. Alguns frascos desse “elixir líquido dourado” foram encontrados na tumba de um faraó.

Os antigos gregos e outros povos, ao longo dos tempos, sempre utilizaram o mel. Até a II Guerra Mundial, o mel, por suas propriedades bactericidas, foi utilizado no tratamento de feridas. No século 20, com a descoberta da penicilina e de outros antibióticos, as propriedades medicinais do mel foram colocadas de lado, mas isso pode mudar em breve.

Pesquisadores australianos deram uma possível explicação para as poderosas propriedades antimicrobianas do mel. O Dr. Shona Blair, da Universidade de Medicina de Sydney, descobriu que a aplicação de mel diluído em ferida úmida produz peróxido de hidrogênio, um conhecido agente antibactericida. Mais tarde, esses pesquisadores demonstraram que o mel é poderoso até mesmo contra o Staphylococcus aureus, resistente à meticilina.

Os cientistas estão ainda tentando chegar à raiz das propriedades antibactericidas do mel e investigam que um dos seus componentes, o metilglioxal, pode modificar os outros componentes do mel, evitando assim que as bactérias gerem novas cepas resistentes ao mel. Até agora, essa pesquisa tem utilizado mel de abelhas que vivem em arbustos e árvores de chá do gênero Leptospermum, nativos da Austrália e de áreas adjacentes.

Sabe-se que o mel aplicado localmente reduz edemas. O edema aumenta a deterioração das lesões cutâneas purpúricas que podem levar à necrose. O mel, quando aplicado no estágio inicial de lesões cutâneas meningocócicas pode ajudar. Além disso, os relatórios sobre a eficácia do mel no tratamento da gangrena sugerem que ele desempenha papel benéfico ao reduzir o número de amputações decorrentes de septicemia meningocócica.

Quando usado em queimaduras, o mel reduz as cicatrizes. Falo por experiência própria. Recentemente, cozinhando, eu me descuidei e acabei me queimando; uma grande bolha de queimadura formou-se num dos meus dedos. Apesar de não eu ter mel de abelha produzido em arbusto de chá, eu coloquei mel comum na queimadura. A queimadura diminuiu em poucos minutos e, na manhã seguinte, a bolha já tinha desaparecido sem deixar vestígios.

Não subestime o poder de cura dos remédios naturais: os bons, antigos e tradicionais remédios populares que resistem ao teste do tempo, no caso do mel, por milhares de anos.

Esta matéria foi originalmente publicada no site da Universidade de Waikato