A meditação regular a partir da idade jovem pode reduzir significativamente o risco de doenças cardiovasculares, porque reduz o esforço do coração.
Uma equipe de pesquisadores norte-americanos estudou 62 adolescentes americanos de ascendência africana, que tinham pressão alta. A equipe descobriu que os que meditaram duas vezes por dia tinham menor massa ventricular esquerda, e isso é uma indicação de uma menor predisposição para doenças cardiovasculares.
“O aumento da massa do ventrículo esquerdo do músculo cardíaco resulta de uma sobrecarga de trabalho de um coração com maior pressão arterial”, disse o Dr. Vernon A. Barnes da Universidade ‘Georgia Health Sciences’ em um comunicado de imprensa.
“Alguns desses adolescentes com mais massa ventricular esquerda, que resulta de uma pressão arterial mais elevada, estão propensos a mantê-la na idade adulta.”
Para verificar os efeitos da meditação, a equipe dividiu aleatoriamente 62 adolescentes em dois grupos, e estabeleceu uma atividade específica para cada grupo durante quatro meses.
Trinta dos adolescentes realizaram diariamente 15 minutos de meditação em sala de aula e 15 minutos em casa. Enquanto isso, os outros 32 adolescentes do grupo de controle não praticaram meditação, mas foram orientados sobre como proceder para manter a pressão arterial dentro de uma faixa de normalidade que reduz o risco de doenças cardíacas. O mesmo instrutor trabalhou com ambos os grupos.
Exames de ecocardiograma mostraram que a massa do ventrículo esquerdo do grupo de adolescentes que meditou diminuiu. Os alunos desse grupo também mostraram melhorias comportamentais, de acordo com seus registros escolares.
De acordo com o Dr. Barnes, a meditação proporciona um período de ‘descanso profundo’, que diminui a atividade do sistema nervoso simpático e a liberação de hormônios do estresse. “Como resultado, a vascularidade relaxa, a pressão arterial diminui e o coração trabalha menos.”
Em um artigo, esses pesquisadores explicaram que outras pesquisas mostraram como, no longo prazo, a meditação reduz efetivamente a pressão arterial de quem a pratica, e tem efeito positivo sobre fatores que geram estresse psicossocial, como a raiva, hostilidade e depressão.
“As estatísticas indicaram que um em cada 10 jovens negros têm pressão alta”, disse Barnes. “Se praticada por longo período, a meditação pode reduzir o risco de desenvolvimento de doença cardiovascular, além de outros benefícios à saúde.”
Esse é o primeiro estudo que demonstrou que a meditação pode reduzir a massa ventricular esquerda. A equipe espera que isso possa alavancar o uso da meditação para prevenir e tratar doenças cardiovasculares.
Os resultados da pesquisa foram publicados no jornal online ‘Evidence-Based Complementary and Alternative Medicine’.