O sistema médico-militar chinês utiliza há décadas órgãos de prisioneiros executados em transplantes de órgãos. Sempre se suspeitou que, em alguns casos, a extração do órgão foi realizada enquanto a vítima ainda estava viva para, assim, assegurar que o órgão tivesse máxima qualidade.
O relato a seguir é uma recente entrevista dada pelo sr. Wang ao jornal Epoch Times, editada por questões de brevidade e clareza, e com a adição de subtítulos. Segue o relato:
Aconteceu na década de 1990. Eu era um médico estagiando no departamento de urologia do Hospital Geral Militar de Shenyang, na província de Liaoning. Certo dia, o hospital recebeu um telefonema da Região Militar de Shenyang requisitando imediatamente uma equipe médica para uma missão militar.
De tarde, o diretor de minha divisão médica começou a convocar pessoas para essa missão. Seis funcionários do Hospital foram convocados: dois enfermeiros, três médicos e eu.
Foi-nos dito para que não nos comunicassemos com o mundo exterior até que a missão estivesse concluída e isso incluía ligar para familiares e amigos.
Fomos transportados em uma van modificada. Veículos militares escoltaram-nos; senti que íamos bastante rápido. As janelas da van foram cobertas com panos azuis para que não pudéssemos ver para onde estavam nós levando.
Chegamos a um lugar cercado de montanhas onde havia vários soldados. Um oficial militar recebeu-nos; através dele ficamos sabendo que estávamos numa prisão militar perto da cidade de Dalian.
A extração de um rim de uma pessoa viva
Na manhã seguinte, depois que uma das enfermeiras, acompanhada de dois soldados, ter tirado amostras de sangue de uma pessoa, fomos chamados para entrar na van. Paramos num lugar desconhecido; soldados armados cercaram a van.
Em seguida, quatro soldados carregaram um homem até a van e colocaram-no sobre um saco plástico preto de cerca de dois metros de comprimento.
Os pés desse homem estavam fortemente amarrados com algum tipo de fio bem fino, mas bastante resistente. O fio estava fortemente amarrado ao redor do pescoço, que sangrava, e daí ia até os braços amarrados nas costas e aos pés. Isso impedia que a pessoa pudesse se mecher.
Quando toquei as pernas da pessoa, pude sentir que elas estavam quentes.
Os médicos e as enfermeiras rapidamente se vestiram para a cirurgia. Eu era assistente deles e fiquei responsável por cortar a artéria, a veia e a ureter [o canal que liga o rim à bexiga].
A enfermeira cortou a camisa do homem e aplicou desinfetante no peito e na barriga três vezes. Em seguida, o médico, com o bisturi, cortou do subxifóide [abaixo do peito] até o umbigo. Vi as pernas do homem tremerem, mas sua garganta não pôde emitir sons.
Então, quando o médico fez a incisão na pessoa, o sangue ainda circulava, o que indicava que a pessoa ainda estava viva.
Rapidamente, os rins foram removidos. Eu cortei a artéria e veia. As ações dos médicos foram habilidosas e rápidas. Eles colocaram os dois rins em uma caixa termostática.
Quando olhei para o rosto do homem, vi nele uma expressão de terror. Eu senti como se ele estivesse olhando para mim. Suas pálpebras se moviam. Ele ainda não estava morto.
Fiquei atônito, minha mente ficou vazia. Meu corpo tremia, foi terrível!
Eu me lembrei de ter ouvido na noite passada um militar conversando com o médico responsável e dizendo “…não tem nem 18 anos. É saudável, cheio de vida”. Falavam da pessoa que estava bem diante de mim?! Nós extraímos os rins de uma pessoa ainda viva. Foi horrível!
Eu disse ao médico que eu não poderia continuar.
Em seguida, outro médico, com um fórceps, arrancou completamente os globos oculares daquela pessoa.
Eu não pude fazer nada. Eu tremia e suava; estava esgotado e perplexo.
Esperando os órgãos
Quando acabou, o médico bateu na lateral da van. Um soldado sentado no banco do passageiro da frente começou a falar via rádio. Quatro soldados logo vieram para envolver o corpo, agora mole, no saco plástico e jogá-lo em um caminhão militar.
Fomos levados rapidamente de volta ao hospital militar. Os órgãos foram entregues uma equipe médica, que estava numa sala de cirurgia, já pronta, para realizar o transplante.
Espírito desmoronado
Sob medo extremo e choque, já em casa, eu tive uma forte febre. Eu não tive coragem de contar a ninguém o que aconteceu. Ninguém da minha família sabe disso. Logo depois dessa cirurgia, eu deixei o Hospital Geral de Shenyang Militar.
No entanto, o terror da cena estava longe de terminar. Eu testemunhei uma vida humana que foi torturada e morta bem diante de mim. A pressão mental me deixou num estado lastimável.
Durante muito tempo, não importa se de dia ou de noite, eu vi a expressão de sofrimento e terror no rosto daquele homem; é como se ele estivesse olhando para mim.
Eu nunca falei disso, porque, sempre que pensava nisso, eu queria sumir do mundo.
Quando a mídia de outros países expôs a extração forçada de órgãos de praticantes do Falun Gong [em 2006, na China], eu imediatamente soube que era tudo verdade. Tais práticas já eram realizadas no sistema militar do Partido Comunista Chinês. A perseguição ao Falun Gong apenas deu a eles uma fonte mais ampla de órgãos.