Setor de construção, imóveis, automóveis e de publicação também afetados pela disputa das ilhas Senkaku
As longas semanas de disputa diplomática sobre quem tem a soberania sobre as ilhas Senkaku levaram empresas chinesas a boicotar bens e serviços japoneses, incluindo medicamentos vitais.
Fontes empresariais japonesas, que não foram nomeados, disseram à agência de notícias Kyodo que os hospitais de Pequim começaram a retornar drogas a empresas de distribuição japonesas no país em meio a uma onda de protestos nacionalistas chineses contra a posse do Japão sobre as Senkaku, um pequeno arquipélago rochoso no Mar da China Oriental que teria reservas de petróleo e gás natural.
O boicote de drogas japonesas se espalhou por hospitais de várias cidades, incluindo Tianjin no Norte da China e Chengdu na província sudoeste de Sichuan, informou a agência de notícias.
Cerca de 30 hospitais chineses retornaram compras de medicamentos japoneses ou não renovaram contratos para novas encomendas.
Nas últimas semanas, milhares de manifestantes chineses foram às ruas denunciar o Japão sobre as ilhas, às vezes, atacando empresas japonesas. Há relatos de que chineses retornaram carros de fabricação japonesa e atearam fogo em concessionárias, enquanto dezenas de milhares de voos entre China e Japão foram cancelados.
Durante o impasse, o Ministério das Relações Exteriores chinês insistiu que as ilhas, que foram entregues ao Japão pelos Estados Unidos em 1971, pertencem à China e têm repetidamente acusado Tóquio de estimular a disputa e ameaçam tomar medidas mais drásticas se o Japão não cumprir com suas exigências. A mídia estatal chinesa diariamente ataca a posição japonesa.
A campanha chinesa de boicote aos produtos japoneses só tem expandido nos últimos dias.
Uma fonte na indústria de construção disse à Kyodo nesta quarta-feira que o boicote se expandiu para partes do setor, sem dar detalhes.
Na Feira Internacional da China Ocidental em Chengdu, os organizadores disseram as corporações japonesas para “se retirem da feira e removerem seus estandes”.
A sede da imobiliária Poly emitiu uma diretiva em 17 de setembro que não compraria qualquer produto de empresas japonesas, tornando-se a primeira imobiliária chinesa a fazer isso.
Um dia depois, outra empresa imobiliária, o Grupo Rongqiao, disse que proibirá a compra de produtos japoneses, segundo o China Times.
Em 17 de setembro, a Secretaria Municipal de Imprensa e Publicação de Pequim se encontrou com editores que distribuem livros de escritores japoneses, dizendo-lhes que “devem unificar ideias e agarrar uma direção (política)”, informou o Asahi Shimbun.
Um editor disse ao jornal que “entendeu isso como uma sugestão de que devem se abster de lançar e vender livros relacionados com o Japão”.
Enquanto isso, estatísticas de agosto da Associação Automotora da China mostram que os consumidores chineses estão comprando mais carros fabricados nos Estados Unidos e na Alemanha, enquanto apenas os carros japoneses têm visto uma queda nas vendas, relatou o Legal Evening News.
Na semana passada, a rede de roupas japonesas Uniqlo, que tem uma loja em Manhattan, foi obrigada a fechar 42 de suas lojas na China, enquanto outras lojas de roupas japonesas foram forçadas a fazer o mesmo, segundo a Bloomberg News.
O Wall Street Journal informou que funcionários do ramo de Shanghai da Uniqlo exibiram uma mensagem que apoia “a alegação de que as ilhas Senkaku são território chinês”, contrariando um comunicado emitido pelo escritório corporativo da empresa que disse que “não tomará qualquer posição política ou expressará sua opinião a respeito de disputas diplomáticas e lamentou profundamente que tal incidente tenha ocorrido”.
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