Materialismo, a fé dominante no mundo de hoje

10/03/2014 11:55 Atualizado: 10/03/2014 11:55

A maioria das pessoas no mundo de hoje afirma ter uma fé. A grande maioria dos norte-americanos, 77% da população adulta, se identifica com uma religião cristã. Outros 18% dos norte-americanos não têm uma identidade religiosa explícita, e 5% se identificam com outras religiões.

A Europa é muito menos religiosa, embora a Polônia e a Rússia sejam exceções. Mais de 80% das pessoas na Índia afirmam que acreditam no hinduísmo. Cerca 70-80% dos japoneses dizem regularmente nas pesquisas que não se consideram crentes em qualquer religião. A maioria dos chineses também não é religiosa, segundo os padrões ocidentais.

Mas essas estatísticas sobre a fé das pessoas são realmente precisas? Na verdade, não. A maneira de julgar se as pessoas são verdadeiramente religiosas, pelos padrões da sua religião, é olhar o seu comportamento diante de um teste real.

Considere o “teste de um milhão de dólares”. Suponha que um homem encontre uma bolsa contendo US$ 1 milhão em dinheiro perto de uma área de descanso e ninguém à vista. Se ele decide entregar o dinheiro à polícia local, isso significa que ele é fiel a sua fé original por tentar ser uma boa pessoa. Se ele decidir apropriar-se do achado, então sua crença real, na verdade, é o materialismo, uma religião em rápido desenvolvimento nos últimos 20 anos.

Esta religião relativamente nova, o materialismo, está se tornando a fé em mais rápida expansão em muitas partes do mundo. Muitos dos chamados cristãos, muçulmanos e budistas são realmente verdadeiros seguidores do materialismo, quando submetidos ao teste do um milhão de dólares. É a resposta a este e outros testes na vida que decide a verdadeira fé de uma pessoa.

A nova religião do materialismo tem pelo menos 1 bilhão de seguidores em todo o mundo, tornando-se a fé mais importante e dominante hoje. Esta nova crença tem seu próprio deus, cujo nome é ‘Dinheiro-Poder-Riqueza’. Seu berço foi Manhattan, data de nascimento por volta da década de 1980, pais desconhecidos.

Este ramo da fé (entre mais de 4 mil crenças pelo mundo) acredita que seu deus Dinheiro pode trazer felicidade para a vida, e que a Riqueza determina status social, como manifestado na classificação das pessoas mais ricas do mundo que aparece na mídia ano após ano. Poder (o nome do meio) pode ser conseguido através de dinheiro bem gasto.

Esta religião popular, que desconsidera os padrões morais, afeta o cotidiano das pessoas em todos os lugares. Considere a alta alavancagem para perseguir lucros em curto prazo, que levou ao colapso do Lehman Brothers e Bear Stearns; as reportagens sobre o falso programa iraquiano de armas de destruição em massa que em parte contribuíram para o declínio do New York Times, a morte de tantos soldados e civis, e trilhões de dólares desperdiçados; os interesses comerciais que levaram à desconsideração da grave violação dos direitos humanos na China e na resultante criação de um adversário perigoso; os casos de fraude generalizada no sistema de bem-estar social americano; os benefícios previdenciários por falsa incapacitação de mais de 100 novos oficiais da policia e bombeiros nova-iorquinos, que usaram a tragédia do 11 de setembro para o ganho financeiro pessoal…

Numa sociedade dominada pelo materialismo, o dinheiro é a única coisa com que os cidadãos se preocupam. Como o dinheiro não tem sentimentos, ele pode trazer felicidade apenas por um período muito curto de tempo e, em seguida, a mentalidade do ‘comerciante que tudo negocia por dinheiro’ se instala. Quando toda uma sociedade se comporta assim, numa busca frenética por lucro em curto prazo, como aqueles em Wall Street, os laços de família e amizade serão rebaixados ao status de títulos podres, e haverá cada vez menos pessoas que você pode confiar em sua vida.

Warren Song é um consultor financeiro sediado em Nova York