Marina Silva anuncia filiação ao PSB e apoio a Eduardo Campos

05/10/2013 19:20 Atualizado: 05/10/2013 19:36
Decisão assusta PT, irrita PPS e anima setores da oposição
Marina Silva
Marina Silva vai para PSB do presidenciável Eduardo Campos (Mauricio Lima/AFP/GettyImages)

A ex-senadora Marina Silva surpreendeu políticos e governo federal ao anunciar sua filiação ao Partido Socialista Brasileiro (PSB), do provável candidato a presidente Eduardo Campos. A decisão foi tomada restando algumas horas para o fim do prazo para filiação partidária visando as eleições presidenciais de 2014, após a Justiça Eleitoral ter rejeitado por questão técnica o registro de seu novo partido, o Rede Sustentabilidade.

A decisão irritou o PPS, de Roberto Freire, que também rejeitou o convite de Marina para compor uma frente política quando seu partido estivesse oficialmente criado. O PPS era uma das sete legendas que abriram as portas à ex-senadora que obteve 20 milhões de votos nas eleições de 2014 e que até o momento estava sem partido.

O anúncio foi comemorado por políticos de oposição, que acreditam que a possibilidade de Marina concorrer como vice de Campos tornará a eleição presidencial mais competitiva, requerendo mais empenho dos candidatos. Para o PT de Lula e da provável candidata à reeleição Dilma Rousseff que temia a criação do partido da ex-senadora, a novidade causou apreensão.

Apesar de não haver ainda a confirmação de quem encabeçará a chapa do PSB em 2014, a parceria Marina-Campos já constitui significativa concorrência para a presidente Dilma, que depois da invalidação pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de 95 mil assinaturas para a criação do Rede se encontrava relativamente confortável.

Segundo as últimas pesquisas, sem Marina Silva e tendo Aécio Neves e Eduardo Campos como adversários, com 11% e 4% de intenções de voto respectivamente, ainda existia a possibilidade de a presidente conquistar seu segundo mandato logo no primeiro turno.

Após a queda de popularidade depois das manifestações de junho, Rousseff voltou a subir e está hoje com 38% da preferência do eleitorado. No entanto, tal índice de aprovação não garante uma eleição já no primeiro turno e, num possível segundo turno, obriga a presidente a ter que admitir uma possível aliança de Aécio Neves com Eduardo Campos e Marina Silva.