Marina pode perder 14 dos 27 acordos políticos estabelecidos por Campos

25/08/2014 11:52 Atualizado: 25/08/2014 11:52

A candidata do PSB à Presidência, Marina Silva, deve perder ou abrir mão de cerca de metade dos palanques estaduais que tinham sido articulados por seu antecessor no posto, Eduardo CamposO ex-governador de Pernambuco, que morreu em um acidente aéreo, havia negociado apoios em todos os Estados.

Dos 27 acordos fechados por ele, ao menos 14 devem naufragar com a substituição da candidatura. Nesses locais, ou as alianças foram fechadas contra a vontade de Marina Silva, que defendia candidatura própria, ou são protagonizadas por políticos que atuam em campo completamente diverso ao da ex-senadora. Há ainda o risco de a campanha ficar esquálida em colégios eleitorais importantes, com a defecção de puxadores de votos que desistiram de disputar cargos após a morte de Eduardo Campos.

Foi o que ocorreu em Minas Gerais, onde o candidato a governador do PSB, Tarcísio Delgado, não alcança dois dígitos. Os pessebistas, então, apostavam na candidatura de Alexandre Kalil, presidente do Atlético Mineiro, para assegurar uma boa bancada de deputados federais, e, por consequência, divulgar a candidatura presidencial. Mas ele desistiu de concorrer.

“Nada neste partido (PSB) me interessa. O que me interessava caiu de avião”, disse, ao explicar a decisão. Adversários de Marina esperam herdar parte do capital político que está se afastando da ex-senadora.

O PSDB, por exemplo, acredita que “naturalmente” deve haver uma aproximação maior entre seu candidato, Aécio Neves (MG), e candidatos de Estados como Mato Grosso do Sul, Alagoas e Santa Catarina. Neste último, Campos havia costurado um acordo para que Paulo Bauer (PSDB) mantivesse um palanque duplo, indicando o candidato a senador da coligação, Paulo Bornhausen (PSB).

Vitor Vieira