Foi em 1973 que o falecido Dr. Hendon Harris Jr. publicou um livro que documentava o que ele acreditou ser a prova de que os Chineses descobriram e colonizaram a América milhares de anos antes da chegada de Colombo.
A prova baseia-se num velho mapa mundi que ele encontrou em um livro de mapas um ano antes em uma loja de antiguidades na Coreia.
Intitulado “Tudo abaixo do Céu”, o antigo mapa Chinês não só mostra grandes massas terrestres como a Ásia, África, Austrália e Europa como também localiza o mítico território de Fu Sang (para os chineses) – literalmente “terra do ocidente” – na região que conhecemos hoje como América do Norte e do Sul.
Harris, um missionário de terceira geração nascido de pais americanos em Kaifeng, China, percebeu que se tinha deparado com algo grande.
Ele estava ciente sobre Fu Sang devido ao seu conhecimento sobre o “Shan Hai Jing” ou “Coleção das montanhas e mares”, um clássico Chinês que acredita-se ter sido escrito há dois mil anos atrás. O clássico documentava as antigas viagens dos Chineses e descrevia a geografia e lendas das regiões vizinhas.
Baseado no mapa e em cerca de outros 30 mapas similares oriundos do original “Shan Hai Jing”, Harris teorizou em seu livro “Os pais asiáticos da América”, que os chineses percorreram os mares e alcançaram as Américas em aproximadamente 2.200 a.C e foram os ancestrais dos Índios Americanos.
Somente algumas copias do livro de Harris foram distribuídas, mas na altura da sua morte em 1981 ele colecionou sete livros de mapas similares e encontrou 23 outros mapas em museus famosos de todo o mundo
O mais antigo dos mapas de Harris acredita-se que seja da dinastia Ming (1368 até 1644), mas o mapa mundi em cada livro acredita-se ter sido feito a partir de um mapa Chinês muito mais antigo.
Charlotte Harris Rees, uma das filhas de Harris, inicialmente era cética sobre teoria do pai e durante anos a sua coleção de mapas permaneceu negligenciada debaixo da cama do irmão.
Mas ano passado Rees publicou seu próprio livro, “Mapas secretos do mundo antigo” que defende a teoria do pai de que antigos criadores de mapas da Ásia vieram para as Américas e documentaram o território do novo Mundo muito antes de Colombo ter chegado.
Segredos escondidos à vista
Rees, que vive na Virgínia, esteve numa turnê de palestras em 2009 e, no dia 20 de outubro, se apresentou na Universidade Simon Fraser de Vancouver.
“Até agora tem sido quase como o Código Da Vinci – segredos que foram escondidos à vista”, disse Rees ao Epoch Times.
“Não é que os mapas nunca tenham sido vistos antes, mas as pessoas interpretaram mal e muitos livros dizem que estes dados são em parte real e em parte mito porque não conseguem acreditar que outras pessoas pudessem ter chegado à América tão cedo”.
Em 2003, Rees estava disposta a examinar a teoria do pai com toda a seriedade depois de ler “1421”, um livro de Gavin Menzies que provocou um debate mundial. Menzies defendeu que os Chineses descobriram a América em 1421, 71 anos antes de Colombo.
Rees enviou um e-mail a Menzies acerca dos mapas do seu pai, que mostram que os chineses descobriram a América muito antes de 1421. Ela também levou a coleção de mapas da sua família para a Biblioteca do Congresso em Washington D.C., onde permaneceram por três anos, enquanto especialistas vinham da China para os estudar.
Enquanto isso, ela iniciou uma pesquisa de cinco anos que a convenceu de que seu pai estava certo.
Ao longo de sua pesquisa, ela foi orientado pelo Dr. Cyclone Covey, professor emérito de história da Universidade Wake Forest, Carolina do Norte, que há mais de 50 anos estuda a história americana antiga e sua associação com a China.
Com a ajuda de Menzies, Rees foi convidada para falar no Congresso da Biblioteca (Library of Congress) em 2005. E para ajudar o livro do seu pai a alcançar mais leitores, em 2006, Reed publicou uma versão resumida do original de 800 páginas.
O Dr. Hwa- Wei Lee, chefe aposentado da Divisão da Ásia do Congresso da Biblioteca, tem apelidado a pesquisa de Rees como “uma grande contribuição para a história inicial das Américas e às relações com a China e outras partes da Ásia”.
Abundância de provas
Rees também se deparou com resistências. “Existem algumas pessoas que são muito contra isto. Sempre que se tenta rescrever a história, é muito difícil mudá-la”, afirma.
Por exemplo, um grupo internacional de acadêmicos dirige um website que disputa com a teoria de Menzie. Rees afirma que apesar das escolas, no inicio do séc XX, ainda ensinarem que os chineses já haviam chegado e se estabelecido na América há pelo menos mil anos, esta informação foi removida dos livros escolares quando o Dia de Colombo foi declarado como uma feriado nacional nos E.U.A.
No entanto a determinação de Rees é imperturbável.
“Existem muitas provas que nos chegam de varias áreas, incluindo provas de DNA, escrituras chinesas antigas encontradas em múltiplos locais nas Américas e pessoas que têm comparado o calendário Maya ao antigo calendário Chinês”, afirma Rees..
Muitos estudos independentes têm sido completados ou estão a ocorrer; e seu livro cita mais de 200 trabalhos que contêm provas de várias disciplinas incluindo ciência, arqueologia, oceanografia, filosofia, antropologia, arte, linguística e matemática.
Maior glória à China
Como poderam os Chineses atravessar o Pacifico em um ano tão remoto como 2.200 a.C?
De acordo com registos históricos, há quatro mil anos atrás os Chineses já eram muito avançados, diz Rees. “Eles tinham escrita, seda e eram capazes de navegar pelo oceano”.
Ela acrescentou que existe uma corrente quente no Pacifico Norte que, na realidade, “age como uma esteira rolante” que empurra os objetos da Ásia até às Américas e depois costa abaixo, havendo uma corrente de retorno no equador.
Rees disse que o pai acreditava que os antigos chineses e outros asiáticos realizaram muitas viagens para o novo mundo, mas um grande numero de provas se perdeu. Em particular, a China iniciou uma política de isolamento no século XV. “Tornou-se uma ofensa capital a navegação marítima e queimaram os seus mapas e navios”, diz ela.
Durante 250 anos, alguns académicos Europeus especularam sobre se Fu Sang ficava, de fato, na América. Mas sem um mapa que mostre Fu Sang, eles não podiam prová-lo. Quando Harris descobriu o antigo mapa na Corea, ele foi o primeiro em tempos recentes a fazer a associação, diz Covey.
As evidências continuam a crescer. Enquanto isso, Ress está satisfeita que mais pessoas saibam sobre sua pesquisa e de seu pai.
“O resultado final destas descobertas revolucionarias trará a maior glória à China, India oriental, Japão e Coreia e um novo respeito e valorização dos índios da América do Norte, Sul e Central”, escreveu Harris em seu livro.
Para mais informações, visite: www.harrismaps.com