Manifestantes chineses em defesa de um amigo são assediados pelo PCC

23/05/2012 03:00 Atualizado: 23/05/2012 03:00

Mais de 300 famílias do vilarejo de Fuzhenzhou, cidade de Botou, assinaram uma petição solicitando a liberação de Wang Xiaodon, um praticante do Falun Gong. Esta é a primeira página da petição. (Imagem da Web)Forças de segurança chinesas assediam 300 simpatizantes do Falun Gong

Foi um ato extraordinário, corajoso e altruísta para a China contemporânea: cerca de 300 aldeões assinaram seus nomes para uma petição e carimbaram-na com cera vermelha, pedindo a libertação de um conterrâneo que foi perseguido por sua crença pelas forças comunistas de segurança da China. Como consequência, os aldeões foram alvo de assédio no que parecia ser uma ordem vinda do topo do Partido Central de retaliar ferozmente qualquer um que ousasse defender o Falun Gong.

Wang Xiaodong, um professor e praticante do Falun Gong que reside na vila de Zhoutun, província de Hebei, recebeu a simpatia de seus conterrâneos. Ele foi preso em sua casa em 25 de fevereiro, quando 40 policiais revistaram sua casa, confiscaram 20 mil yuanes em dinheiro e o levaram.

Depois de várias tentativas infrutíferas de resgatar seu irmão, Wang Xiaomei, a irmã mais nova de Wang Xiaodong, e outras pessoas da família convidaram os moradores a assinarem uma carta pedindo a libertação de Wang. Eles rapidamente encontraram 300 pessoas dispostas, e fizeram o secretário do Partido Comunista Chinês (PCC) da vila certificar o documento como verdadeiro com um carimbo oficial.

Em 10 e 14 de abril, membros da família visitaram a Secretaria de Segurança Pública local, mas o vice-chefe de Segurança Nacional, Gao Guiqi, disse que a carta não podia ser aceita. A família então começou a distribuir cópias da carta e folhetos com a história de Wang nas ruas.

Então, as forças de segurança do Partido Central entraram em ação. O Comitê dos Assuntos Político-Legislativos (CAPL), poderoso órgão que supervisiona toda a aplicação da lei e a perseguição de dissidentes na China, tem perseguido o Falun Gong através de sua “Agência 610”, uma agência extralegal criada em 1999 sob as ordens do então líder do regime Jiang Zemin. O CAPL ordenou sua filial na província de Hebei a colocar pressão sobre os moradores; a petição tinha provavelmente se tornado um embaraço para o CAPL, demonstrando o fracasso da campanha anti-Falun Gong, que tem tido um custo econômico e social considerável.

Em 23 de abril, cerca de uma dúzia de oficiais das forças de segurança visitaram o secretário do Partido da vila na tentativa de descobrir quem assinou a petição e obter a cópia original. Eles prenderam Wang Xiaomei, e seu filho foi posteriormente forçado a deixar o jardim de infância.

No dia seguinte, em 24 de abril, o chefe de segurança Wang Wen e o secretário do Partido da vila Zhou Yinzhong convocaram uma dúzia de moradores que haviam assinado a petição para um restaurante. Eles foram convidados a retratar sua postura anterior, enquanto eram filmados e gravados, este processo foi feito para intimidá-los, segundo outros moradores. Eles também foram convidados a assinar documentos rejeitando suas declarações anteriores, e os que concordaram foram convidados para um banquete no restaurante.

Oficiais da vila de Fuzhen, na cidade de Botou, juntaram-se então ao assédio e formaram quatro grupos para encontrar os outros aldeões que haviam assinado a petição e fazê-los se retratarem.

Foto de Wang Xiaodong, fornecida pela família, antes de sua prisão. (The Epoch Times)Em 18 de maio, a maior parte do trabalho tinha sido feito, com a maioria dos moradores que assinaram a petição sendo pedido para assinarem um pedaço de papel dizendo que sua petição anterior era somente por simpatizar com a mãe idosa de Wang e seu filho de 7 anos, e não por qualquer coisa relacionada ao Falun Gong. Além disso, eles tiveram que assinar um documento denunciando o Falun Gong, uma aparente tentativa de destruir a simpatia dos moradores pelos adeptos perseguidos da prática.

O chefe do CAPL, Zhou Yongkang, tem um interesse pessoal na manutenção da campanha contra a prática. Ele foi processado no exterior por praticantes do Falun Gong, e foi promovido para seu cargo atual pelo ex-chefe do Partido, Jiang Zemin, o primeiro que prometeu “eliminar” a prática na China. Desde que a perseguição começou em 1999, Zhou passou de ministro de Terras e Recursos para chefe da segurança pública, e em seguida para o cargo de secretário do PCC do secreto e poderoso CAPL, tudo dentro de três anos. O CAPL ganhou poderes extraordinários sob Jiang e Zhou, formando o que os analistas políticos descrevem como um “segundo centro de poder” dentro do PCC.

O status de Zhou está agora em questão por sua associação com Jiang e Bo Xilai, o ex-membro do Politburo que recentemente foi purgado e desonrado. Artigos na imprensa estrangeira emergiram recentemente dizendo que Zhou teve seus poderes removidos. Zhou também é o oficial que em última análise é responsável pelo tratamento violento a Chen Guangcheng, o advogado cego de direitos humanos que recentemente chegou aos Estados Unidos após uma dramática fuga da prisão domiciliar extralegal em sua cidade natal para a embaixada norte-americana.

Defensores do Falun Gong são regularmente tratados com brutalidade, de acordo com relatos de advogados de direitos humanos e outros. Um dos casos mais proeminentes é o de Gao Zhisheng, que tentou defender os praticantes do Falun Gong nos tribunais e, posteriormente, escreveu uma série de cartas abertas à liderança do PCC denunciando a perseguição e exigindo que ela parasse. Ele tem estado dentro e fora da prisão desde 2006 e atualmente está preso. As forças de segurança do PCC espancaram-no por dias e o eletrocutaram, além de outras torturas.

O Falun Gong é uma prática espiritual com base nos princípios da verdade, compaixão e tolerância, e envolve exercícios físicos lentos e suaves de meditação.

Após Wang Xiaomei, a irmã de Wang Xiaodong, ser libertada da prisão em 13 de maio, ela escreveu uma carta pedindo ajuda da comunidade internacional, “Eu espero que vocês possam comunicar-se com o governo chinês para marcar uma reunião comigo, o governo chinês e organizações internacionais de direitos humanos, de modo que as condições que eu tentei explicar para as autoridades possam ser verificadas”, escreveu ela. “Como uma mulher da zona rural da China, eu me ajoelho para pedir sua ajuda!”

Quando o ex-chefe de polícia de Chongqing, Wang Lijun, fugiu para o consulado dos EUA em Chengdu em 6 de fevereiro, ele colocou em movimento uma tempestade política que não tem amenizado. A batalha nos bastidores gira em torno da postura tomada pelos oficiais em relação à perseguição ao Falun Gong. A facção das mãos ensanguentadas, composta pelos oficiais que o ex-líder chinês Jiang Zemin promoveu para realizarem a perseguição ao Falun Gong, tenta evitar ser responsabilizada por seus crimes e continuar a campanha genocida. Outros oficiais têm se recusado a continuar a participar da perseguição. Esses eventos apresentam uma escolha clara para os oficiais e cidadãos chineses, bem como para as pessoas em todo o mundo: apoiar ou opor-se à perseguição ao Falun Gong. A história registrará a escolha de cada pessoa.