A “bigorexia”, oficialmente conhecida como dismorfia muscular, está em crescimento entre os homens nos EUA, que estão tentando ganhar massa muscular nos últimos anos. No entanto, os médicos afirmam que a alteração corporal possui efeitos colaterais.
“(A obsessão) Toma conta de sua vida. Toda decisão que você faz está relacionada ao treino e a como o seu corpo se exibe. Eu costumava acompanhar e medir cada grama de alimento que eu ingeria. Eu tinha o hábito de acordar às 3 horas da manhã para beber um shake de proteína. Eu nunca perdi um treino, nunca, nunca”, disse o personal trainer Alfonso Moretti ao CBS 2.
Moretti disse que estava obcecado em aumentar seus músculos, consumindo toda a sua vida e seus pensamentos. “Eu me lembro de quando eu tinha 13 ou 14 anos, (ficava) olhando algumas dessas revistas de musculação, e estava condicionado a pensar que era daquela maneira que devia ser o corpo de um homem. Ombros grandes, pernas grandes, e grandes músculos com veias em todos os lugares”, disse Moretti.
A Dra. Michele Kerulis, que coordena a parte de psicologia da saúde e esporte na Escola de Psicologia Profissional Adler, disse que o impacto de tal obsessão pode ser problemático. “Essa obsessão pode começar rapidamente, ou pode começar ao longo de um significativo período de tempo. Podemos verificar (nos obsessivos) alterações psicológicas, incluindo irritabilidade, explosões de raiva e comportamento agressivo. Em alguns casos verificamos depressão, mania…” disse ela à ABC.
A Dra. Selene Parekh disse também à ABC que já ouviu falar de falência de órgãos como resultado de uma obsessão em ganhar músculos. “Muitas pessoas que possuem ‘bigorexia’ tendem a usar suplementos, porém se o consumidor exagerar na dose destes suplementos, sem ter uma dieta equilibrada, ele pode desenvolver insuficiência renal e hepática. Se isso acontecer, o doente pode precisar de um transplante de fígado ou rim, ou pode até morrer”.
Ela acrescentou que o dano às articulações e aos ossos também pode ser causado por excesso de exercício. Os artigos afirmam que a mídia desempenha um grande papel na promoção da ‘bigorexia’, através das revistas masculinas, filmes, programas de TV e anúncios.