O Ministério da Defesa de Taiwan divulgou em 26 de outubro que um major vendeu segredos sobre aviões norte-americanos para a China continental. O oficial está agora sob investigação, juntamente com mais de uma dúzia de outros suspeitos de envolvimento, informaram as autoridades taiwanesas.
De acordo com investigações iniciais, o oficial suspeito de sobrenome Hao era de uma brigada de guerra eletrônica da Força Aérea estacionada no condado de Pingtung, no Sul de Taiwan, reportou a mídia taiwanesa NextTV. O major Hao é suspeito de vender informações secretas sobre o E-2K, uma aeronave moderna fabricada e vendida pelos Estados Unidos.
Um porta-voz do Ministério da Defesa disse à NextTV que Hao vendeu as informações secretas para civis que atuam como espiões do Partido Comunista Chinês (PCC). A polícia encontrou pelo menos TW$ 100 mil (US$ 3.400) de origem desconhecida em seu escritório e casa; as autoridades disseram que mais de doze pessoas estavam envolvidas nas transações e que a investigação ainda prossegue.
Ting Shou-chung, um parlamentar do Partido Nacional em exercício, disse que o vazamento tem um grave impacto nas defesas aéreas de Taiwan. “Isso não só cria uma lacuna significativa na defesa nacional, mas também afeta o comércio militar entre os EUA e Taiwan”, disse ele em entrevista à Voz da América. Ting continuou: “Os EUA estarão menos dispostos a nos vender armas de alta tecnologia, na hipótese de poderem ser vazadas para a China continental.”
Casos de oficiais de Taiwan que vendem segredos militares para a China continental ou agem como espiões para as forças chinesas têm surgido periodicamente. Oito oficiais aposentados da marinha de Taiwan foram presos no ano passado pela venda de informações sobre navios de guerra e inteligência nas águas circundantes Taiwan, segundo a imprensa de Hong Kong.
Analistas políticos dizem também que é do interesse das autoridades chinesas de propaganda enfatizar a facilidade com que os oficiais de Taiwan podem ser subornados, para que os EUA estejam menos dispostos a compartilhar sua tecnologia com os militares do país.
O exército chinês tem mais de 1.500 mísseis apontados para Taiwan e o Partido Comunista Chinês tem afirmado repetidamente que não descarta o uso de meios militares para forçar a unificação de Taiwan com a China continental.