Um número sem precedentes de jornalistas (232) está atualmente atrás das grades ao redor do mundo, segundo um relatório do Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ) nesta terça-feira.
Os jornalistas estão sendo mantidos atrás das grades em 27 países, muitas vezes sob falsas acusações de terrorismo e devido a vagas leis anti-Estado. A organização diz que o número total de jornalistas atualmente presos é o mais elevado desde que começaram a contar em 1990.
O CPJ disse que o pior transgressor é a Turquia, que atualmente tem pelo menos 49 jornalistas e profissionais de mídia presos. Muitos dos jornalistas presos são curdos que cobriram histórias relativas ao conflito da Turquia com os rebeldes separatistas curdos.
“Estatutos antiterror e um código penal formulados amplamente permitiram as autoridades turcas confundirem a cobertura de grupos banidos e a investigação de temas sensíveis envolvendo evidente terrorismo ou outra atividade anti-Estado”, segundo o relatório do CPJ.
China e Irã também figuram entre os piores ofensores, cada um com pelo menos 77 trabalhadores de mídia presos, segundo o grupo.
A China “fez uso extensivo de acusações anti-Estado para prender escritores online que expressaram opiniões políticas dissidentes e jornalistas que reportavam sobre grupos étnicos minoritários”, segundo o CPJ.
“Os jornalistas que informam sobre as áreas consideradas ‘mais sensíveis’ pelo Estado […] são mais vulneráveis”, disse Phelim Kine, o diretor-adjunto sobre a Ásia do Human Rights Watch, num comunicado.
Síria, Eritreia, Vietnã, Azerbaijão, Etiópia, Uzbequistão e Arábia Saudita também colocaram numerosos jornalistas atrás das grades e completam os dez piores perseguidores mundiais de trabalhadores de mídia, segundo o Comitê.
A Eritreia foi descrita pelo grupo como a “mais séria violadora do devido processo legal”, porque nunca acusou publicamente qualquer dos jornalistas detidos com um crime ou os levou a um tribunal.
E durante o conflito de 20 meses na Síria, o regime prendeu cerca de 15 jornalistas, incluindo repórter freelance norte-americano Austin Tice, informou o Comitê. Tice cobria a guerra civil síria para o Al Jazeera, o Washington Post e outras publicações.
“Nenhum dos detidos foi acusado de um crime e as autoridades não estão dispostos a responder pelo paradeiro dos detidos ou seu bem-estar”, segundo o CPJ.
O Vietnã tem 14 jornalistas presos, especialmente depois que as autoridades comunistas aumentaram a repressão sobre a imprensa e blogues online. Muitos foram presos por abordarem temas sensíveis relacionados à China e aos católicos, segundo o CPJ.
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