Mais jornalistas atrás das grades do que nunca

12/12/2012 21:27 Atualizado: 12/12/2012 21:27
Um policial, ladeado por membros da milícia local, tentam impedir um jornalista de tirar fotos enquanto fazem guarda diante da Corte Popular da cidade de Ho Chi Minh, em 10 de agosto de 2011 (Ian Timberlake/AFP/Getty Images)

Um número sem precedentes de jornalistas (232) está atualmente atrás das grades ao redor do mundo, segundo um relatório do Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ) nesta terça-feira.

Os jornalistas estão sendo mantidos atrás das grades em 27 países, muitas vezes sob falsas acusações de terrorismo e devido a vagas leis anti-Estado. A organização diz que o número total de jornalistas atualmente presos é o mais elevado desde que começaram a contar em 1990.

O CPJ disse que o pior transgressor é a Turquia, que atualmente tem pelo menos 49 jornalistas e profissionais de mídia presos. Muitos dos jornalistas presos são curdos que cobriram histórias relativas ao conflito da Turquia com os rebeldes separatistas curdos.

“Estatutos antiterror e um código penal formulados amplamente permitiram as autoridades turcas confundirem a cobertura de grupos banidos e a investigação de temas sensíveis envolvendo evidente terrorismo ou outra atividade anti-Estado”, segundo o relatório do CPJ.

China e Irã também figuram entre os piores ofensores, cada um com pelo menos 77 trabalhadores de mídia presos, segundo o grupo.

A China “fez uso extensivo de acusações anti-Estado para prender escritores online que expressaram opiniões políticas dissidentes e jornalistas que reportavam sobre grupos étnicos minoritários”, segundo o CPJ.

“Os jornalistas que informam sobre as áreas consideradas ‘mais sensíveis’ pelo Estado […] são mais vulneráveis”, disse Phelim Kine, o diretor-adjunto sobre a Ásia do Human Rights Watch, num comunicado.

Síria, Eritreia, Vietnã, Azerbaijão, Etiópia, Uzbequistão e Arábia Saudita também colocaram numerosos jornalistas atrás das grades e completam os dez piores perseguidores mundiais de trabalhadores de mídia, segundo o Comitê.

A Eritreia foi descrita pelo grupo como a “mais séria violadora do devido processo legal”, porque nunca acusou publicamente qualquer dos jornalistas detidos com um crime ou os levou a um tribunal.

E durante o conflito de 20 meses na Síria, o regime prendeu cerca de 15 jornalistas, incluindo repórter freelance norte-americano Austin Tice, informou o Comitê. Tice cobria a guerra civil síria para o Al Jazeera, o Washington Post e outras publicações.

“Nenhum dos detidos foi acusado de um crime e as autoridades não estão dispostos a responder pelo paradeiro dos detidos ou seu bem-estar”, segundo o CPJ.

O Vietnã tem 14 jornalistas presos, especialmente depois que as autoridades comunistas aumentaram a repressão sobre a imprensa e blogues online. Muitos foram presos por abordarem temas sensíveis relacionados à China e aos católicos, segundo o CPJ.

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