Mais dois aliados do ex-chefe de segurança da China são investigados

14/04/2014 12:07 Atualizado: 14/04/2014 12:07

Um executivo de uma empresa estatal de petróleo e um político de alto escalão na província de Sichuan são os dois últimos figurões do Partido Comunista Chinês (PCC) sob investigação por “graves violações de disciplina”, numa sondagem que visaria a atingir o ex-chefe da segurança chinesa Zhou Yongkang.

Em 12 de abril, o Comitê Central de Inspeção Disciplinar (CCID) publicou um aviso de uma frase em seu website dizendo que Zhao Miao, um membro do Comitê Permanente do Partido Comunista de Chengdu, a capital de Sichuan, estava sendo investigado por ‘infrações disciplinares’, um termo genérico invariavelmente associado com corrupção.

O chefe do departamento de ligação estrangeira da Corporação Nacional de Petróleo da China (CNPC), Yan Cunzhang, também estaria sob investigação, segundo a revista Caixin, num artigo em 12 de abril.

A Caixin reportou muitas vezes e de forma detalhada sobre a investigação de Zhou Yongkang e sua família, o que levou alguns comentaristas políticos a acreditarem que Wang Qishan, o atual chefe do CCID, estaria usando a revista para divulgar informações sobre a destruição da rede política de Zhou.

Um número desconhecido mas significativo de pessoas na província de Sichuan e na indústria de petróleo tem sido alvo de auditoria do Partido Comunista Chinês. Zhou tinha redes de clientelismo em ambos os sectores: como chefe da CNPC no final de 1990 e como chefe do PCC em Sichuan entre 1999-2002.

De lá, ele foi promovido por Jiang Zemin para assumir uma variedade de funções relacionadas com a segurança pública. Analistas políticos acreditam que isso ocorreu porque Jiang estava à procura de um soldado leal que implementasse duramente sua política de perseguir os cidadãos chineses que praticam a disciplina espiritual tradicional do Falun Gong. Zhou finalmente ascendeu para assumir o comando do Comitê dos Assuntos Político-Legislativos, uma agência extralegal do PCC que controla um orçamento de mais de US$ 100 bilhões e supervisiona o sistema prisional, os tribunais, as promotorias, as polícias civil, militar e secreta e muito mais.

Zhou deixou essa posição no final de 2012, quando o atual líder chinês Xi Jinping assumiu o cargo supremo da República Popular da China. O aparato de segurança está agora sob o controle de Xi, e Zhou Yongkang foi lentamente engolido nesta série de investigações. A punição de Zhou estaria relacionada a uma conspiração contra a liderança de Xi Jinping, que Zhou havia planejado com Bo Xilai, um ex-membro do Politburo que agora cumpre prisão perpétua por corrupção.

Agências de investigação do Partido Comunista são conhecidas por conduzir interrogatórios violentos e longos a fim de obter confissões de delitos. Ainda não se sabe se Zhou Yongkang foi submetido a este processo.