Maior vigília já feita do Massacre da Praça da Paz Celestial, 180.000 pessoas

06/06/2012 12:00 Atualizado: 06/06/2012 12:00

Mais de 180.000 pessoas participaram na vigília à luz de velas deste ano em memória das vítimas do Massacre da Praça da Paz Celestial de 1989, em que uma massa de manifestações sem precedentes foi esmagada por soldados enviados pelo regime comunista chinês. A participação deste ano estabeleceu um novo recorde. (Sung Pi Lung/The Epoch Times)Pedidos por democracia na China ressoavam no parque Victoria de Hong Kong, onde mais de 180.000 participaram da vigília anual em memória do Massacre de 1989 de manifestantes estudantis na Praça da Paz Celestial (Tiananmen). No meio da multidão estavam sobreviventes, políticos, estudantes e residentes de Hong Kong e da China continental.

Zheng Fang, um sobrevivente cujas pernas foram amputadas depois de ser perseguido e atropelado por um tanque, compareceu à cerimônia depois de viajar dos EUA. Ele disse que ficou comovido pelas velas e que entendia que o povo de Hong Kong não tinha esquecido o que aconteceu em 4 de junho de 1989. Fang era um estudante na Faculdade de Ciência Física de Pequim, e tornou-se um campeão nos Jogos Paraolímpicos de Toda a China em 1992.

Outro sobrevivente, o Sr. Huang, foi expulso da escola e preso após a repressão. Em 2010, ele foi colocado novamente atrás das grades por sua fé cristã.

“Desde o primeiro tiro disparado em 4 de junho, perdemos a fé no regime comunista que responde a seu povo com armas e tanques. Nunca foi possível para nós acreditar que os soldados, os exércitos e o governo do povo usariam armas para eliminar manifestantes pacíficos e pessoas inocentes”, disse o Sr. Huang que acrescentou que o povo de Hong Kong e a China continental devem unir forças em nome da democratização da China. “Devemos ter confiança e esperança. Cada um de nós deve começar por si mesmo a fazer o que puder para pressionar ainda mais o processo de democratização.”

Segundo o organizador do evento, a Aliança de Apoio aos Movimentos Patrióticos e Democráticos na China, baseada em Hong Kong, a participação deste ano alcançou um novo recorde. O presidente da Aliança de Hong Kong, Li Zhuoren, falou do ressentimento generalizado pelo Partido Comunista Chinês (PCC) devido aos protestos estudantis de 1989 não serem retratados com justiça, ao lado de outras questões de direitos humanos e sociais.

A multidão também pagou tributo a Zha Weili, pai de um estudante-manifestante assassinado que cometeu suicídio na semana passada em protesto depois de anos de lutas desesperadas desde a morte de seu filho em 1989.

“Isso mostra que o que Hong Kong tem é superior em termos de sistema de governo”, disse Chen, que tinha viajado da China continental para testemunhar o evento. “Por todos estes anos, Hong Kong tem sido uma vanguarda da democracia!”

O Sr. Chen disse que, desde que o escândalo de Bo Xilai e correspondentes luta interna pelo poder no PCC vieram à luz, tem havido um interesse crescente entre as pessoas na China para viajarem a Hong Kong e assistir ao memorial anual de 4 de junho.

O Sr. Lin, um residente de Hong Kong em seus 80 anos disse que este ano marca sua décima quinta vez participando da vigília. “Eu tinha contato próximo com o Partido Comunista, e o incidente de 4 de junho tem profundo significado para mim. É por isso que eu apoio os estudantes.”

Os 180.000 participantes na vigília do Massacre da Praça da Paz Celestial seguram velas e cartazes em homenagem às vítimas, em 4 de junho de 2012, em Hong Kong. (Sung Pi Lung/The Epoch Times)

Mais de 180.000 participantes encheram o parque Victoria, Hong Kong, em memória do massacre estudantil de 1989 na Praça Tiananmen em Pequim. (Sun Qing Tian/The Epoch Times)

Em 4 de junho de 2012, velas foram acesas na cerimônia de Hong Kong em homenagem ao 23º aniversário do massacre dos estudantes na Praça Tiananmen de 1989. (Sun Qing Tian/The Epoch Times)

Zheng Fang, um sobrevivente da violenta repressão do regime chinês sobre os manifestantes estudantis em 1989, atende o memorial pessoalmente pela primeira vez. Um tanque esmagou suas pernas. (Sung Pi Lung/The Epoch Times)

Uma menina segura uma vela em memória das vítimas do Massacre da Praça da Paz Celestial. (Sung Pi Lung/The Epoch Times)

''A democracia vencerá! Não esqueça o 4 de junho'' foram as palavras nas duas bandeiras penduradas no palco principal no parque Victoria, Hong Kong. (Sung Pi Lung/The Epoch Times)

Uma jovem participante segura um cartaz dizendo: ''Retratem o 4 de junho''. (Sung Pi Lung/The Epoch Times)

Os estudantes sentam-se juntos no parque Victoria de Hong Kong no memorial anual do Massacre da Praça da Paz Celestial de 1989, em 4 de junho de 2012. (Sung Pi Lung/The Epoch Times)

Um homem observa listas de dissidentes presos na China. As listas incluem membros de partidos políticos diferentes do Partido Comunista, ativistas de direitos humanos e praticantes do Falun Gong. (Sun Qing Tian/The Epoch Times)

Participantes do memorial anual seguram velas e cartazes. O cartaz diz: ''O Partido Comunista Chinês deve pedir desculpas e corrigir o incidente de 4 de junho''. (Sung Pi Lung/The Epoch Times)