Autoridades brasileiras fecharam um aterro sanitário no Rio de Janeiro no domingo, considerado o maior da América do Sul.
O Jardim Gramacho, que operava há 34 anos, abrange uma área de 1,3 milhões de metros quadrados, e detém cerca de 60 milhões de toneladas de lixo. O local recebia 70% do lixo do Rio de Janeiro e oferecia trabalho para mais de 1.700 catadores, que ganhavam a vida coletando materiais recicláveis. O Rio gera cerca de 8.400 toneladas de resíduos sólidos a cada dia.
“Nós estamos pondo fim a um crime ambiental que há mais de 30 anos tem poluído o Rio de Janeiro”, disse o prefeito do Rio, Eduardo Paes, de acordo com a agência EFE.
Planos de fechar o despejo já existem há algum tempo, pois é uma ameaça ambiental para a vizinha Baía de Guanabara. Paes fechou a entrada do depósito com um cadeado numa cerimônia no domingo, poucas semanas antes do Rio hospedar a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, de 20-22 junho.
“Para substituí-lo, estamos construindo o centro de tratamento de resíduos sólidos mais moderno da América Latina”, disse Paes. Ele se referia a uma instalação já em funcionamento há vários meses em Seropédica, 47 quilômetros da cidade, segundo a EFE.
“Nós usaremos o modelo do Rio de Janeiro para fechar todos os depósitos no país. Esta cerimônia marca um grande avanço para o setor ambiental e para o país”, disse Izabella Teixeira, a ministra do Meio Ambiente, segundo a EFE.
Em 2009, o Jardim Gramacho e seus catadores foram assunto do documentário ganhador do prêmio da academia chamado “Wasteland”. O filme apresenta os catadores, seu trabalho e a dura realidade de suas vidas.