Conhecido por sua postura ambientalista e façanhas publicitárias como vender “ar engarrafado” na poluída Pequim, o milionário chinês Chen Guangbiao voltou sua atenção para o jornal New York Times (NYT). Com uma riqueza estimativa em US$ 740 milhões, ele tem a intenção de comprar uma parte considerável do prestigiado jornal americano, que ele estima valer cerca de US$ 1 bilhão. (Sua capitalização de mercado atual é de US$ 2,4 bilhões.)
Chen tem uma reunião marcada para 5 de janeiro com um “acionista principal” da empresa em Nova York, segundo uma reportagem da Reuters. Representantes do jornal disseram não saber de qualquer reunião marcada entre Chen e a administração.
“Em breve, eu irei à América para fazer três coisas”, disse Chen a uma multidão numa recepção de premiação em 30 de dezembro, na cidade de Shenzhen, Sul da China, segundo a mídia estatal ‘China News Service’.
A primeira coisa, segundo ele, “é ir discutir a aquisição do New York Times”.
Apesar de uma declaração recente do presidente do jornal, Arthur Sulzberger Jr., que disse que o NYT não estava à venda, Chen parece confiante de sua posição. “Não há nada que não possa ser comprado por um preço justo”, disse Chen no artigo. “Se agirmos com sinceridade e boa fé, acredito que o presidente do NYT mudará sua maneira de pensar.”
Chen construiu sua fortuna por meio de sua empresa de reciclagem, o ‘Grupo Huangpu de Utilização de Recursos Renováveis’. Além disso, ele tem promovido sua reputação na China com façanhas publicitárias. Quando protestos antijaponeses eclodiram em cidades por toda a China no ano passado, por exemplo, ele gastou quase US$ 800 mil em dezenas de carros produzidos na China para dar às pessoas cujos carros de marca japonesa foram danificados por vândalos.
Apesar de ter gasto uma vez 30 mil dólares num anúncio no jornal NYT em agosto de 2012, afirmando a reivindicação territorial de Pequim sobre as disputadas ilhas Senkaku, Chen disse que seus motivos em adquirir o NYT seriam apolíticos e relacionados ao desejo de chamar a atenção para causas filantrópicas e ambientais, segundo um artigo do International Business Times.
“Eu reconheço que a influência do NYT em todo o mundo é incrivelmente grande”, disse Chen. “Todos os governos e embaixadas no mundo prestam atenção no NYT.”
Chen espera levar o NYT para a China, onde o jornal foi proibido por censores do regime após a publicação de um artigo sobre a suposta riqueza escondida dos familiares do ex-primeiro-ministro chinês Wen Jiabao.
“Meu plano para o New York Times, se conseguir o negócio, será colocar o papel em cada banca de jornal do país e tornar o NYT acessível a todos os lares chineses. A China é um mercado tão grande; grande demais para ser ignorado”, disse ele.
Um dos 400 mais ricos da China, Chen muitas vezes sublinhou seu compromisso com atividades de caridade e o meio ambiente. Sua venda de “ar engarrafado” em Pequim foi uma iniciativa destinada a aumentar a conscientização sobre as questões ecológicas.
Numa de suas observações características, Chen disse: “É melhor viver como um filantropo respeitado do que morrer um escravo solitário do dinheiro.”