Depois que a história de uma mulher que foi forçada a abortar seu filho no sétimo mês de gravidez veio a público, resultando na punição dos oficiais responsáveis, ela tem sido procurada por vingança. Bandeiras vermelhas foram penduradas em sua aldeia, presumivelmente por representantes do Partido Comunista Chinês (PCC), dizendo, “espanquem os traidores e os expulsem”. Além disso, seu marido foi espancado e detido pelas autoridades locais.
Em 22 de junho, Deng Jiyuan, o marido de Feng Jianmei, que foi forçada a abortar a criança do casal, escapou dos oficiais da segurança que o seguiam e tentou viajar para Pequim para apelar às autoridades centrais. “Enquanto eu tomava o ônibus para Pequim, mais de dez pessoas correram a bordo e verificaram nossas identidades. Depois que meu status foi confirmado, fui retirado do ônibus e enviado de volta à força para meu município local”, disse Deng numa entrevista ao Epoch Times. Ele foi agredido no caminho de volta, forçado a dar testemunho em vídeo e depois detido num hospital nas proximidades do condado de Zhenping, antes de ser liberado.
Feng Jianmei levava o que seria o segundo filho do casal. Depois que a família foi incapaz de pagar 40 mil yuanes, descritos como uma multa, a oficiais locais do PCC, em 2 de junho, o bebê recebeu uma injeção letal no crânio que o matou. Em 4 de junho, o bebê nasceu morto. “O médico não tem humanidade”, disse Deng na entrevista. O aborto forçado ocorreu num hospital na cidade de Ankang, província de Shaanxi. A família é originária da vila de Yuping, no município de Zengjia, condado de Zhenping, em Shaanxi.
O clamor público se seguiu após um dos amigos de Feng postar uma foto online da mãe com o feto morto. A família também anunciou planos de processar as autoridades locais. “Somos seres humanos, não animais”, escreveu Deng Jicai, a irmã de Deng Jiyuan, no website Sina Weibo. “Oficiais do governo local não podem nos tratar como animais a serem castrados. […] Nós não recebemos qualquer satisfação. O que queremos é colocar os assassinos na prisão. Temos de obter justiça pelos milhares de mães grávidas”, disse Deng.
O caso atraiu duras críticas online sobre o regime comunista. Xu Jin, um professor de Direito, descreveu a perseguição da família como “irresponsável”. “O estúpido governo está tornando este assunto num testemunho vergonhoso da liberdade de expressão na China”, escreveu o advogado Hu Qi no Sina Weibo, um serviço de microblogue similar ao Twitter, que permitiu que o caso ganhasse notoriedade pública primeiramente.
A família está confusa sobre os rótulos com que foi marcada depois de tornar público o caso do aborto e o posterior abuso. Deng Jicai disse, “Na tarde de 24 de junho, quatro ou cinco carros cheios de gente vieram nos acusar de sermos traidores. Eu não entendo muito bem porque nos chamam de traidores. Como nós traímos a República Popular da China?”