Maçãs crescem pretas em poluída cidade chinesa

27/06/2013 15:38 Atualizado: 27/06/2013 16:05
Documentário da CCTV mostra a fumaça de carvão nos ares de Zhangjiakou, província de Hebei, China, que além de poluir o ar tem tornado as maçãs pretas (CCTV)

Não há mais maçãs vermelhas na cidade do carvão de Zhangjiakou, na província de Hebei, China. Em vez disso, as maçãs assumiram uma tonalidade enegrecida por causa da poeira das minas de carvão próximas. Pilhas de carvão permanecem constantemente depositadas nas pedreiras perto da cidade e o pó de carvão sopra incessantemente pelas áreas residenciais.

A cor repulsiva das maçãs arruinou sua popularidade, então, os agricultores da região começaram a cultivar milho, informou a mídia estatal chinesa Global Times. Os agricultores disseram que suas maçãs agora têm “genes de carvão” que mudaram sua cor permanentemente.

Tudo na cidade está coberto de pó de carvão e o próprio ar é cinza e nebuloso. Os moradores locais dizem que as pessoas de Zhangjiakou esqueceram como a cor das coisas deveria ser na natureza, segundo o Global Times. “Tudo está sempre sujo, não importa quantas vezes limpemos… Nós nem sequer abrimos a janela, apenas olhamos pelo vidro o cenário coberto de pó de carvão”, disse um morador local, citado pelo Diário da Manhã do Sul da China.

O Diário relatou que as normas de segurança nas minas de carvão não são boas, mas não adianta reclamar porque a indústria do carvão é imensa e poderosa. Os lucros da indústria foram de 17,2 bilhões de yuanes (US$ 2,8 bilhões) em 2011. “Apresentar queixa à Secretaria do Meio Ambiente é o mesmo que não fazer nada”, disse outro morador de Zhangjiakou ao Diário. “Eles simplesmente não se importam.”

A província de Hebei é a mais poluída na China e Zhangjiakou é a segunda cidade mais poluída na província. A poluição tem afetado a saúde das pessoas há décadas. Mais de 9.900 mortes e 70 mil hospitalizações ocorreram devido apenas à poluição relacionada ao carvão na região específica de Pequim-Tianjin-Hebei em 2011, segundo um relatório do Greenpeace, mas as vítimas totais da poluição do ar em geral na China ultrapassam 400 mil por ano.

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