Entre os animais, o vírus se espalha mais rápido quando estão em ambiente de stress, o que baixa suas defesas imunológicas; o ser humano adoece pelo contato com seus fluidos corporais
Autoridades de saúde pública na Flórida detectaram um tipo perigoso de Herpes B, fatal para os seres humanos, na população de macacos rhesus, trazidos para a região em 1939 quando se realizou o filme “Tarzan encontra seu filho.”
Um guia turístico levou três pares de Rhesus a uma das pequena ilhas interiores da Flórida para promovê-los em um plano de turismo. A comunidade não esperava que estes macacos aprendessem a nadar e se espalhassem por toda a região, informou o New York Post em 12 de setembro. Hoje, a população desses macacos é de mais de 1.000 e os moradores próximos foram alertados de que são considerados um perigo para a saúde pública.
Funcionários do Estado apreenderam cerca de 700 nos últimos 10 anos e quase todos têm o vírus Herpes B. De acordo com o Centro de Controle de Doenças (CDC) dos EUA, o vírus da Herpes B também é conhecido como Vírus Simiae e é comumente encontrado entre os macacos rhesus e os macacos de rabo de porco. “Eles parecem ser os hospedeiros naturais do vírus”, disse o CDC.
Inofensivo para os macacos mas fatal para os seres humanos
“Os macacos infectados com o vírus B geralmente não têm sintomas ou têm apenas sintomas leves“. No nível experimental, acrescenta o CDC, observou-se que podem ser infectados coelhos, porquinhos da índia e ratos.
“A infecção pelo vírus B é extremamente rara em humanos, no entanto, quando ocorre, pode resultar em danos neurológicos graves ou encefalomielite fatal se o paciente não for tratado logo após a exposição“, diz o CDC. Nos seres humanos, as pessoas que correm maior risco de contágio são os veterinários, que estão em contato regular com estes macacos.
A infecção pode ser causada por uma mordida destes animais e pelo contato ou ingestão de material biológico, tal como um alimento sujo com secreções ou saliva de um animal. A punção com agulha contaminada também pode ser uma causa.
Em 1997, um trabalhador morreu em um centro de estudo de primatas pela infecção por vírus Herpes B que se desenvolveu no seu corpo após um material biológico destes macacos entrar em contato com os olhos do trabalhador, acrescenta o CDC.
A propagação do vírus entre os animais ocorre geralmente quando o vírus é reativado no animal no qual geralmente permanece latente, graças às suas boas defesas. Isso acontece nos períodos em que “os animais estão estressados ou com a defesa imunológica debilitada“, escreve o CDC.
Uma das pessoas que não se preocupam com os riscos é o atual guia turístico do rio Silver, Tom O’Lenick, de 65 anos, que defendeu o transporte de animais para a região, de acordo com o New York Post. “Todos que vêm ao rio para um passeio querem ver os macacos“, disse O’Lenick ao New York Post.