Lutando por suas crenças: documentário ‘China Livre’ na capital dos EUA

26/09/2012 10:05 Atualizado: 26/09/2012 10:05
O documentárioChina Livre: A coragem de acreditar’ foi exibido em 20 de setembro na capital dos EUA. (esquerda-direita) Charles Lee, praticante do Falun Gong anteriormente preso na China; Dra. Katrina Lantos Swett, presidente da Comissão Estadunidense para a Liberdade Religiosa Internacional (USCIRF); congressista Chris Smith; Dr. Samuel Zhou, vice-presidente de desenvolvimento de negócios da NTDTV; Michael Horowitz, membro sênior do Instituto Hudson; Michael Pearlman, diretor de ‘China Livre’. (Lisa Fan/The Epoch Times)

WASHINGTON – Algumas pessoas de sorte na capital dos EUA deram uma primeira olhada no documentário ‘China Livre: A coragem de acreditar’, que teve uma exibição privada no Capitólio estadunidense. O documentário de 53 minutos ganhou quatro prêmios internacionais.

Dirigido por Michael Perlman de ‘Tibete: Além do medo’ e produzido por Kean Wong da NTD Televisão, ‘China Livre’ conta a história de dois prisioneiros da consciência e como eles sobreviveram à tortura física e a enormes pressões para desistirem de suas crenças.

“Não há suficiente lutadores dos direitos humanos no Congresso”, disse a Dra. Katrina Lantos Swett ao Epoch Times. Ela é a presidente da Comissão Estadunidense para a Liberdade Religiosa Internacional (USCIRF).

Swett disse que o documentário é “um relato da verdade”. Ele “levanta o véu sobre o que realmente está acontecendo na China, a horrível perseguição religiosa ao Falun Gong, a terrível prática da colheita de órgãos, o trabalho escravo [a reeducação por meio de campos de trabalho] e prisões. Tragicamente, temos uma imprensa ocidental que tão frequentemente fecha os olhos para as revelações impressionantes sobre os abusos dos direitos humanos em curso na China de forma contínua. Acho que este filme pode ser uma poderosa ferramenta para dizer a verdade e espalhar a história. Espero que seja amplamente visto.”

Swett é a filha do falecido congressista Tom Lantos e presidente da Fundação Lantos de Direitos Humanos e Justiça.

Após a exibição, um painel discutiu o filme. O congressista Chris Smith (R-N.J.) deu início com a declaração, “Com a narração de histórias do filme, [ele] coloca um rosto humano no abuso dos direitos humanos na China e na detenção arbitrária de dissidentes, na colheita de órgãos de prisioneiros vivos da consciência e na exportação para o Ocidente de produtos fabricados em prisões. O filme também analisa a forma como os cidadãos chineses estão despertando para exigirem seus direitos de consciência na censura intensa à internet e o fim da censura, que é tão prevalente na China hoje.”

A patrocinadora da exibição do film no Capitólio dos EUA em 20 de setembro foi a Comissão Executiva do Congresso para a China (CECC).

O Rep. Smith é presidente da CECC. Na semana anterior, ele presidiu uma audiência no Congresso sobre a “Colheita de Órgãos do Partido Comunista Chinês”. No dia anterior a exibição, Smith assinou uma carta com o congressista Robert Andrews (D-N.J.), pedindo que o Departamento de Estado libere qualquer informação que possa ter relacionada com o abuso do transplante de órgãos na China.

Em ‘China Livre’, Jennifer Zeng, uma mãe e ex-membra do Partido Comunista, e o Dr. Charles Lee, um empresário chinês-norte-americano, praticam suas crenças espirituais do Falun Gong, também conhecido como Falun Dafa. Ambos são detidos nos onipresentes campos de trabalho forçado na China continental.

Lá, eles têm de suportar uma vida de tortura com bastões elétricos, alimentação forçada, o risco de ter seus órgãos retirados e trabalhar todos os dias fazendo produtos exportados para o Ocidente. Eles conseguem sobreviver sem amargura e se tornarem determinados a acabar com a perseguição de seus companheiros e ajudarem a China a se tornar livre.

Zeng e Lee estavam presentes na exibição no Capitólio. Lee disse que, na prisão, ele preservou duas cartas por dois anos que o sustentaram durante o período. Uma era do falecido congressista Tom Lantos e outra do Rep. Smith. Lee disse, “Eu sabia que muitas pessoas trabalhavam juntas pelo fim da perseguição.”

O congressista Chris Smith (R-N.J.) falou num painel após a exibição privada do filme ‘China Livre: A coragem de acreditar’ no Capitólio dos EUA em 20 de setembro. O Rep. Smith é o presidente da Comissão Executiva do Congresso para a China (CECC), que patrocinou a exibição. (Lisa Fan/The Epoch Times)

Coragem de acreditar

Além de todo o abuso físico, Zeng e Lee foram submetidos a técnicas de lavagem cerebral do Partido Comunista para fazê-los renunciarem a suas crenças. Se um praticante se rende, ele terá de escrever artigos difamatórios sobre a prática que são registrados no campo de trabalho.

Além disso, a pessoa é usada para quebrar a vontade de outros praticantes. A pessoa não tem uma escolha na situação. Renunciar suas crenças é mostrado no filme pela vontade de “reformar” os outros, especialmente os recém-chegados, um calvário que é particularmente perturbador para a consciência. Por isso, as palavras do subtítulo do filme “coragem de acreditar” foram escolhidas por uma boa razão.

Zeng é autora do livro best-seller ‘Testemunhando a História: A luta de uma mulher pela liberdade e pelo Falun Gong’. No filme, ela recorda ir de membra da alta classe e do Partido Comunista para prisioneira em um dia. Em seu primeiro dia na prisão, ela foi forçada a se agachar e olhar para seus pés no sol quente por 15 horas. Quando ela desafiou a exigência, ela foi levada e torturada com bastões elétricos. Seu mundo inteiro começou a desmoronar, disse ela.

Depois que ela foi liberada, ela fugiu para a Austrália, para evitar ser detida novamente. Cerca de um ano atrás, Zeng se mudou para Nova York, onde agora é uma repórter da NTDTV. Mais tarde, sua filha e marido conseguiram se juntar a ela.

Como cidadão estadunidense, o Dr. Lee levava uma vida confortável e segura. Mas ele queria fazer alguma coisa para quebrar a máquina de propaganda do regime comunista chinês que faz lavagem cerebral nos 1,3 bilhão de habitantes da China. Ele teve uma ideia de como fazer isso, mas em sua segunda visita ao continente, ele foi preso e condenado a três anos. Ele foi liberado em 2006. Lee é médico de formação e continuou seus estudos em medicina na Universidade de Illinois e na Escola de Medicina de Harvard.

Produtos feitos por trabalho prisional

Zeng costurou coelhos de pelúcia, chapéus e cachecóis. Levava 10 horas para fazer um coelho, pelo qual, é claro, ela não foi paga. Lee foi forçado a fazer chinelos Homer Simpson para exportação para o Ocidente.

O diretor de documentário Michael Perlman disse que o filme retrata os produtos feitos e exportados de forma ilegal, o que o fez pensar quantos produtos mais são feitos desta forma sem que saibamos. Ele disse que falou com o congressista Smith sobre a lei que proíbe mercadorias feitas com trabalho prisional e Smith disse que a lei é como queijo suíço, com muitos buracos.

“Nenhum produto feito com trabalho prisional deveria ser importado para os Estados Unidos”, disse Perlman. Os consumidores precisam ser educados e pressão precisa ser feita para que haja fiscalização e legislação para acabar com isso, disse Perlman.

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