O Partido Aam Adami (PAA), ou Partido das Pessoas Comuns, o mais jovem partido político da Índia, que surgiu de um movimento anticorrupção no ano passado, tem desbravado o caminho para uma nova cultura política. No entanto, o partido já parece lutar internamente. Na semana passada, alguns dos seus trabalhadores acusaram a liderança do partido de não ser transparente ao selecionar os candidatos para as próximas eleições.
Na segunda-feira, do lado de fora dos portões do escritório do partido na Estrada Hanuman, em Nova Déli, capital da Índia, muitos trabalhadores protestaram pacificamente contra a lista oficial de candidatos para as eleições da Lok Sabha (Câmara Baixa) do Parlamento indiano, enquanto outros defenderam enfaticamente suas decisões.
O partido anunciou sua primeira lista de 20 candidatos para as eleições da Lok Sabha em 16 de fevereiro. A lista inclui muitos ativistas principais ligados a notáveis movimentos populares do país, juntamente com outros rostos conhecidos e desconhecidos. Os candidatos foram anunciados contra membros efetivos específicos do Parlamento.
Jaikapish Thakur, um trabalhador do partido que protestava, disse: “A política era que as candidaturas seriam determinadas em consulta com os trabalhadores, mas agora é decidida atrás de portas fechadas.”
“As políticas do PAA mudaram. Todos participamos de várias campanhas do PAA, incluindo sua campanha contra a corrupção. Nenhum de nós está aqui para um assento (de candidatura). Não queremos que políticas erradas se estabeleçam; os candidatos devem ser selecionados por votação”, disse Deepak Vatts, outro manifestante.
Os candidatos que protestavam, cinco dos quais faziam greve de fome desde o sábado da semana passada, também se queixaram que ninguém do PAA apareceu para falar com eles ou prestar qualquer assistência médica. Enquanto isso, outros trabalhadores do PAA apareceram para defender a decisão do partido.
“O partido é novo e precisa de uma estrutura. O partido precisa de pessoas que possam trabalhar pelo país”, disse Sandeep Arora, um trabalhador contra o protesto. “O sr. Arvind [o líder do partido] disse a todos que somente aqueles que têm coragem de sacrificar tudo pela nação deveriam entrar no partido. Como o partido pode trabalhar se todos quiserem se candidatar para a Lok Sabha?”, acrescentou Arora.
Embora Vatts tenha enfatizado que Arora falava desse jeito porque ele se juntou ao PAA depois de vencer as eleições em Nova Déli; eles têm trabalhado para isso já faz três anos. “Nós só queremos que o partido eleja seus candidatos para as eleições da Lok Sabha por meio de votação e consenso dos trabalhadores”, disse Vatts.
O desempenho espetacular do PAA nas eleições estaduais recentes em Nova Déli, sua ascensão repentina e subsequente renúncia do poder, depois de apenas 45 dias, parecem ter ocorrido muito rápido por seus muitos trabalhadores.
Durante o protesto em frente ao escritório em Nova Déli, enormes faixas foram exibidas em veículos e paredes como parte das manifestações. Os cartazes indicavam que era um protesto altruísta, honesto e pacífico dos trabalhadores do partido do eleitorado do noroeste para a Câmara Baixa do Parlamento indiano.
Enquanto isso, no interior do escritório do partido está escrito em hindi: “Arsey Baad, azad desk ki atma ko ucharan mileyga ab”, que significa: “Depois de muito tempo, a alma de nossa nação livre agora será elevada.”