A ausência do assessor mais próximo da presidente Dilma Rousseff numa reunião dos coordenadores da sua campanha à reeleição, em São Paulo, gerou mal-estar no Palácio do Planalto, criando ruído entre aliados do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e de sua sucessora.
Ex-chefe de gabinete de Dilma, Giles Azevedo, não participou de um encontro de Lula com coordenadores da campanha petista há cerca de dez dias, realizado logo após reunião do Instituto Lula onde aproximadamente 30 pessoas discutiram a conjuntura econômica.
Lula aproveitou a presença dos coordenadores da campanha de Dilma para tratar de assuntos da eleição presidencial em seguida. A ausência de Giles Azevedo, fiel escudeiro da presidente que deixou o governo em abril para participar do comando da campanha, não agradou à presidente Dilma, informada do encontro depois que ele foi realizado.
Participaram da reunião com Lula o presidente do PT, Rui Falcão, o tesoureiro da campanha, Edinho Silva, o ex-ministro Franklin Martins e o marqueteiro João Santana. Interlocutores de Dilma acham que Lula isolou Azevedo para discutir à vontade mudanças que julga necessárias na campanha.
Nas palavras de um auxiliar da presidente, Azevedo representa “os olhos e ouvidos de Dilma” no comando da campanha. Petistas ligados a Lula confirmaram o mal-estar, mas buscaram contemporizar argumentando que a reunião não estava agendada oficialmente. Lula teria apenas aproveitado presença dos petistas para “pacificar” divergências que os separam.