Ex-presidente enfrentará dois meses de tratamento intensivo e terá de reduzir sua agenda política
RIO DE JANEIRO – Depois de passar pela primeira sessão de quimioterapia nesta terça-feira no Hospital Sírio-Libanês em São Paulo para tratamento de câncer de laringe, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva descansa em sua casa; médicos não acreditam que ele possa cumprir sua pesada agenda.
“Evidentemente que ele não completará a agenda de trabalho normal que habitualmente costuma ter, até porque é uma agenda muito pesada. Mas em casa, com amigos e familiares, ele poderá levar uma vida completamente normal”, disse o Dr. Arthur Kats, da equipe que cuida de Lula no hospital, informou à R7 em 2 de novembro.
O ex-presidente, que completou 66 anos na semana passada, passará por três sessões de quimioterapia, com intervalos de 20 dias, seguidas de outras 35 de radioterapia, tratamento ainda mais delicado que pode reduzir a qualidade de vida, explicou oncologista Daniel Herchenhorn, chefe do Hospital do Câncer, a O Globo.
O oncologista Rafael Possik, também da equipe que cuida do ex-presidente brasileiro, explicou ao website de notícias UOL que este tipo de tumor está diretamente relacionado ao tabaco e álcool. “Ele (Lula) tem chance de cura, mas depois deve evitá-los”, advertiu ele.
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, comentou numa entrevista ao blogue da presidência sobre a importância do diagnóstico precoce e promover hábitos saudáveis para combater a doença.
O câncer de laringe é um dos mais comuns no Brasil e ocorre principalmente em homens, segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), que contabilizou 3.594 mortes em 2008 causadas por este tipo de doença.
Em 28 de outubro, Lula foi ao Hospital Sírio-Libanês para fazer exames, após queixar-se de rouquidão e dor de garganta. No dia seguinte, o ex-presidente foi diagnosticado com um tumor de 3 cm localizado na laringe, de acordo com o boletim do Hospital Sírio-Libanês.
Lula divulgou um vídeo, gravado no hospital, no qual agradecia ao povo pelo carinho e apoio, e se mostra otimista para enfrentar o tratamento.
Márcia Cunha colaborou para este artigo.