Um “vórtice polar” avançou sobre grande parte do território dos Estados Unidos, fazendo descer as temperaturas até -50ºC. As cataratas do Niágara congelaram parcialmente e as perdas estão sendo calculadas em bilhões de dólares.
Malgrado a intensidade do fenômeno, ele nada tem a ver com a tendência ao esfriamento global que os cientistas objetivos vêm registrando há anos. Trata-se de um fenômeno extraordinário já verificado em outras ocasiões, com até maior intensidade.
Entretanto, grande parte da opinião pública americana considera o fenômeno como um cruel desmentido da natureza à teoria furada do “aquecimento global”.
Este posicionamento, na realidade, não tem base científica, mas sim um poderoso fundamento psicológico que funciona assim: “Como pode ser que o planeta esteja aquecendo quando mais da metade dos EUA está paralisado por um espantoso ‘vórtice polar’?”
Os militantes ambientalistas sentiram na pele a força desta reação puramente psicológica. Afinal de contas eles não se interessam tanto pela ciência, mas apenas tencionam manipulá-la para jogar a opinião pública contra o “capitalismo”, a “civilização industrial”, o “progresso” e outras realidades que contradizem seus sonhos anarcossocialistas.
Então, eles sentiram a necessidade de manipular mais uma vez os argumentos científicos para tentar desfazer essa reação psicológica. Mas o que dizer para ludibriar a opinião pública americana nesse ponto? Difícil responder.
Mas para surpresa de todos, os ativistas “verdes” das ONGs, a grande mídia e os centros (pseudo)científicos não acharam nada melhor senão pôr a culpa do recente resfriamento no ‘aquecimento global’, nas ‘mudanças climáticas’ e em outros slogans cada vez mais gastos.
Para a opinião pública, isso soou como o auge do desatino: “Congelamos porque o mundo aquece? Estão doidos?” Não estão doidos, eles têm uma “religião” que lhes exige professar absurdos, se isso serve para abalar a civilização ocidental.
O ápice da contradição foi atingido pela revista Time, de renome mundial. Um de seus principais redatores, Bryan Walsh, chegou a profetizar que não só este mas outros picos de frio ocorrerão por culpa do aquecimento global gerado pela civilização.
O viés desinformador da Time ficou evidente pelo fato que em 1974, quando um fenômeno semelhante atingiu os EUA, a revista noticiou-o como prenúncio do ‘esfriamento global’. O título do artigo da revista já o diz tudo “Another Ice Age?” (“Outra era glaciar?”, segunda-feira, 24 de junho de 1974).
Mas a farsa não para por aí. O meteorologista Eric Holthaus que havia anunciado que se esterilizaria em 2013 para ajudar a salvar o planeta proclamou no Twitter: “Sim, você pode agradecer ao ‘aquecimento global’ por ter nos trazido este ‘vórtice polar’.”
O Weather Channel, reconhecendo que publicava uma afirmação “contraintuitiva”, citou cientistas que defendem a mesma montagem inacreditável do espantoso esfriamento causado pelo aquecimento. A ousadia do absurdo por vezes confunde as inteligências honestas que não concebem que possa se chegar a tais estouvamentos.
Felizmente cientistas categorizados refutaram essas interpretações distorcidas pelo viés ideológico e puseram as coisas em seu lugar. O Dr. Will Happer, um professor premiado de Física da Universidade de Harvard, declarou: “Os ‘vórtices polares’ têm estado por aí desde sempre. Eles não têm quase nada a ver com algum aumento do CO2 na atmosfera.”
Também o meteorologista Dr. Ryan Maue repeliu a suposição absurda: “Esta história do ‘vórtice polar é a mais recente mensagem de ‘Snapchat’ [um aplicativo de rede social]: após alguns segundos a argumentação se desfaz.”
O blog Real Science sublinhou o disparate de atribuir o frio ao calor e o sem-sentido de dizer que o aquecimento do Ártico gerou o ‘vórtice polar’: “Como é que alguém pode dizer que o Ártico está aquecendo rapidamente e ao mesmo tempo produzindo frios recordes? Como é que uma frente de ar com uma temperatura de -65ºF pode resultar de um gelo que está derretendo? Essas afirmações são ridículas para além da compreensão humana. A extensão da superfície do Ártico está normal. A neve no Hemisfério Norte está atingindo recordes.”
A climatologista Judith Curry, professora catedrática na School of Earth & Atmospheric Sciences do Instituto de Tecnologia da Universidade de Geórgia, respondeu categoricamente ao disparate: “Aquecimento global provocando ‘vórtice polar’? Numa só palavra: NÃO.”
O climatologista Cliff Mass pediu seriedade à imprensa: “As alegações que ouvimos esta semana, no sentido de que o ‘efeito estufa’ gera mais ondas de frio, realmente aparecem como desprovidas de qualquer fundamento na observação e na teoria. A mídia precisa parar com esse argumento insustentável.”
Cliff Mass acrescentou ainda: “Todos esses relatos falsos estão produzindo danos substanciais, fazendo com que muitos americanos acreditem que o aquecimento global está tornando cada vez mais extremo nosso clima invernal, quando a evidência observada sugere que não há nada disso. Um dia, alguns sociólogos terão que estudar esta ocorrência e os elementos psicológicos envolvidos nisso.”
Nós não acreditamos que se trate de alguma patologia a ser tratada pela medicina ou pela psiquiatria. No livro “Psicose ambientalista” de Bertrand de Orleans e Bragança, está amplamente demonstrado que as condutas aparentemente aberrantes do ambientalismo radical obedecem a uma religião ecológica, igualitária e anticristã.
Esse fundo “religioso” fornece uma explicação coerente dos procedimentos ambientalistas no Brasil e no mundo.
Esta matéria foi originalmente publicada pelo blogue Verde: a cor nova do comunismo