Residentes no estado de Arakhan no sudoeste da Birmânia, onde o conflito sectário tem continuado por dias, apesar de uma declaração de estado de emergência, estão exigindo que mais forças de segurança sejam instaladas em toda a área para conter a violência depois que Bangladesh fechou suas portas para foragidos birmaneses da região.
Em Sittwe, capital do estado de Arakhan, também chamado de estado de Rakhine, cerca de 700 soldados e forças de segurança estão agora estacionados, mas ainda há relatos de violência entre budistas e muçulmanos, segundo a revista Irrawaddy. Os dois grupos realizaram ataques mútuos “olho por olho” em todo o estado, deixando cerca de 21 mortos e centenas de casas queimadas e completamente destruídas numa semana, segundo algumas estimativas.
“As forças de segurança estão apenas nos locais principais, mas arakaneses vivendo nos subúrbios de Sittwe querem que eles estejam em suas áreas também para protegê-los da violência”, disse Khaing Pyi Soe, um porta-voz do Partido de Desenvolvimento das Nacionalidades de Rakhine, conforme citado pela publicação.
Um repórter cobrindo a violência disse que crianças de aproximadamente 10 anos da comunidade muçulmana conhecida como Muçulmanos Rohingya estavam incendiando casas. “Eles queimaram casas de arakaneses e também queimaram suas casas”, disse o repórter ao Irrawaddy. “Havia cerca de 2 mil pessoas na multidão. O arakaneses se mudaram para os mosteiros.”
A violência levou muitos a tentarem fugir da Birmânia, mas os que tentaram foram retornados pela guarda costeira e por agentes da segurança de fronteira de Bangladesh, segundo o Human Rights Watch (HRW). A organização advertiu Bangladesh dizendo que a fronteira fechada porá em risco as vidas dos refugiados.
“Bangladesh tem uma obrigação segundo o direito internacional de manter sua fronteira aberta para os que fogem de ameaças a suas vidas e de lhes proporcionar proteção”, afirmou Bill Frelick, que dirige o departamento de refugiados do HRW, acrescentando que as vidas dos refugiados estão agora “em grave risco”.
Na quarta-feira, o Assessor Especial das Nações Unidas sobre a Birmânia, Vijay Nambiar, foi à região avaliar como a ONU pode ajudar.