Livre para praticar em todo o mundo, exceto na China

20/05/2013 16:47 Atualizado: 20/05/2013 18:58
Mais de 8.000 praticantes do Falun Dafa participam nos eventos do fim de semana em Nova York
Praticantes do Falun Dafa na Praça Foley em Manhattan, Nova York, se exercitam em 12 de maio. Eles se reuniram para comemorar o aniversário da introdução da disciplina espiritual ao público na China em 13 de maio (Samira Bouaou/The Epoch Times)

NOVA YORK – Eles vêm de todos os cantos do mundo e de todas as esferas da vida. Em 17 de maio mais de 8.000 praticantes do Falun Dafa chegaram a Nova York para uma conferência e um fim de semana de eventos.

O Falun Dafa, também conhecido como Falun Gong, é uma prática de autocultivo milenar chinesa. Estima-se que 100 milhões de pessoas praticassem o Falun Dafa na China entre 1992 e 1999, devido aos benefícios à saúde proporcionados pela meditação, exercícios e sua ênfase na melhoria do caráter de acordo com a verdade, compaixão e tolerância.

“Há um velho ditado chinês que diz que se você tem algo de bom, é egoísmo guardá-lo só para si”, disse a Sra. Yi Rong, presidente do Centro de Assistência Global para Renunciar ao Partido Comunista Chinês.

Na sexta-feira e durante o fim de semana, Yi Rong ajudou a organizar a Conferência Anual de Intercâmbio de Experiências, meditações em grupo no Parque Dag Hammarskjold e no Central Park, bem como atividades para informar as pessoas sobre a perseguição do regime chinês contra o Falun Dafa.

“Muitas pessoas na sociedade ocidental têm a chance de saber, por causa da mídia livre, que há uma perseguição contra esse grupo”, disse ela. “Mas mesmo num país livre, as pessoas podem saber o que está acontecendo, mas podem não saber como é a prática ou por que há uma perseguição, por que as pessoas praticam ou por que as pessoas continuam praticando mesmo quando enfrentam tal perseguição brutal.”

Ela disse que a prática e os valores do Falun Dafa têm raízes profundas na cultura tradicional chinesa.

“A China é um país com uma tradição e sistema de valores profundos”, disse Yi Rong. “Nosso primeiro imperador, o Imperador Amarelo, era um taoísta, e seu Prof. Guang Chengzi foi muito famoso na história da China. Há muitas histórias fantásticas sobre ele.”

Ela disse que os ensinamentos taoístas de Guang Chengzi transmitidos ao Imperador Amarelo incluíam um código de como governar. “Então, os chineses têm essa base de crenças de que há requisitos para os seres humanos – para que os seres humanos se mantenham em harmonia com o céu e a natureza e para que as pessoas tenham relacionamentos harmoniosos entre si.”

Esta fundação espiritual foi sustentada na cultura chinesa por 5 mil anos “e há muitas grandes práticas transmitidas que ensinam as pessoas a melhorarem espiritual e fisicamente”, disse Yi Rong. “Os chineses realmente acreditam que o corpo humano pode transcender por meio da disciplina espiritual e física.”

Ela disse que a base espiritual do povo chinês foi um incentivo à popularização do Falun Dafa na China. “Quando o Falun Gong surgiu, muitos chineses que conheciam bem sua história, que realmente se interessam por tais práticas tradicionais, imediatamente perceberam que essa prática era de alto nível e um sistema completo”, disse Yi Rong. “No passado, muitas práticas foram transmitidas apenas parcialmente, fossem os ensinamentos físicos ou espirituais. Mas o Falun Dafa ensinava um sistema completo de aperfeiçoamento espiritual e refinamento físico.”

Expondo a perseguição

Em 20 de julho de 1999, o então líder chinês Jiang Zemin ordenou pessoalmente a “erradicação” do Falun Gong. Ele pôs em marcha uma campanha de perseguição que incluía prisão, tortura, estupro e colheita de órgãos de praticantes do Falun Gong. Um estudo de 2006 do Relator Especial da ONU sobre a Tortura estimou que 66% das vítimas de tortura do regime chinês são praticantes do Falun Dafa.

Antes da perseguição, o povo chinês costumava praticar o Falun Dafa em parques antes de ir trabalhar, seguindo a tradição de outras práticas de qigong, como o Tai Chi Quan. No entanto, diante da perseguição e da propaganda do regime chinês, muitos praticantes do Falun Dafa na China e ao redor do mundo também se envolveram na tarefa de esclarecer pacificamente sobre o Falun Dafa e buscar apoio internacional.

A prática tem perseverado na China – e floresceu fora da China – mesmo sendo alvo de destruição pelo Partido Comunista Chinês (PCC) nos últimos 14 anos. Os praticantes também iniciaram um esforço convidando chineses a se retirarem do PCC e de suas organizações afiliadas.

Yi Rong tem mestrado em administração pública pela Escola Kennedy da Universidade de Harvard e é uma ex-diplomata chinesa.

Ela coordenou muitos dos eventos neste fim de semana, incluindo atividades diante na sede das Nações Unidas em Manhattan para explicar o que é o Falun Dafa e expor a perseguição contra a prática na China. Os praticantes também fizeram um ‘Paredão da Verdade’, exibindo faixas das ruas 47 a 42 e nas 2ª e 3ª avenidas. Uma vigília silenciosa também foi realizada em frente ao consulado chinês.

Yi Rong disse que um evento também seria realizado para comemorar os 138 milhões de chineses que renunciaram ao PCC e a suas organizações afiliadas.

Um desfile do Falun Dafa também ocorreu no bairro chinês de NY. “Acredito que foi um grande desfile do Falun Gong”, disse Yi Rong. “Mais de 8 mil pessoas participaram.”

“Antes da perseguição na China, o Falun Gong era popular no país por causa de seus efeitos benéficos à saúde”, disse Yi Rong. “É o maior grupo espiritual na China.”

Durante 14 anos de perseguição, o verdadeiro número de praticantes que foi morto pelo PCC é desconhecido e virtualmente impossível de saber, devido ao controle do regime. No entanto, dois estudos independentes estimam que 30 a 65 mil ou mais praticantes do Falun Dafa foram mortos por seus órgãos e esses valores certamente representam apenas uma fração das vítimas dos diversos meios utilizados pelo regime.

“É o maior crime e acho que a comunidade internacional não prestou atenção suficiente a este problema grave de direitos humanos na China”, disse Yi Rong. “O PCC tenta encobrir seus crimes e rotula o Falun Gong como uma organização anti-China.”

“Assim, para os praticantes, apenas fora da China eles estão livres para falar a verdade sobre o Falun Gong. Porque Nova York é uma comunidade internacional, é como uma imagem do mundo”, disse ela. “Acho que é um dos melhores lugares para se apelar à comunidade internacional por ajuda e levar ao conhecimento das pessoas a verdade sobre o Falun Dafa e sobre o que está ocorrendo na China e, assim, parar a severa perseguição contra a prática.”

Os palestrantes nos eventos incluíram pessoas que foram torturadas ou enfrentaram outras formas de perseguição. Yi Rong lembrou-se de uma mulher que falou no comício e que havia escapado de um dos mais notórios campos de trabalhos forçados do PCC, Masanjia. Outra vítima que falou estava entre as muitas praticantes do Falun Dafa que foram jogadas em celas masculinas pela polícia chinesa.

Yi Rong disse que a razão do Falun Dafa ser perseguido dessa maneira é que a prática abraça e recupera os valores tradicionais chineses, algo que o PCC tem tentado destruir por décadas. “O PCC tenta erradicar e destruir as tradições e os valores chineses”, disse ela. “O governo comunista tomou o poder e não pode representar a China, ele não é capaz de representar o povo chinês.”

“O que eles pedem, o que os praticantes pedem, é apenas a liberdade de praticar, a liberdade de crença”, disse ela. “Eles só querem defender suas crenças no Falun Dafa e ter o direito de praticar e acreditar.”

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