Durante os primeiros quatro meses deste ano, as autoridades anticorrupção da China investigaram 80 oficiais por violação à disciplina do Partido Comunista. Dentre os investigados, três quartos foram acusados formalmente.
No dia 10 de maio, a Comissão de Pequim para a Inspeção da Disciplina publicou no seu jornal oficial, chamado “Supervisão para a lei e a ordem na China”, que estava contratando “inspetores especiais” para realizar investigações, tanto públicas como privadas, a instâncias oficiais de Pequim.
Os oficiais implicados receberam a acusação habitual de “violar a disciplina do partido”, aceitar subornos, contratar prostitutas etc.
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Wang Haisheng, diretor da agência de Pequim da China Telecom, ficou na mira do partido depois de ter usado fundos públicos para contratar massagistas, e pelo menos em uma ocasião contratar uma prostituta, relatou a mídia chinesa Sina, no dia 7 de maio. O diretor da firma estatal foi demitido de seus cargos e foi lhe retirado o estatuto de membro do Partido Comunista.
No mesmo dia, a revista chinesa Caixin reportou que Qiao Rui, diretor de finanças do Comitê de Pequim do Congresso Popular, antigo vice-diretor do Hua Xia Bank e ex-presidente do Beijin Rural Commercial Bank, foi detido por oficiais para a inspeção da disciplina no mês passado.
No caso de Qiao, foi aplicada a “Shuanggui”, uma ferramenta extralegal pouco conhecida e usada normalmente pela agência de disciplina para investigar e interrogar oficiais do Partido. O termo chinês significa “designação dupla”, e descreve o processo em que o oficial investigado é detido pelas autoridades em determinado lugar por um período de tempo indefinido. Em alguns casos, os detidos nestas condições são torturados ou até assassinados para extrair informação e confissões.
Hua Xia Bank, fundado em 1991, está cotado publicamente na República Popular da China, e sediado em Pequim. Desde 2011, o banco alemão Deutsche Bank é dono de um quinto das ações do banco.