Desde que o chefe-executivo de Hong Kong, Leung Chun-ying, tomou posse, as pessoas de Hong Kong suspeitam que ele faz tudo o que é ordenado pelo Partido Comunista Chinês (PCC).
Por exemplo, Leung promoveu ativamente as orientações políticas que afirmavam o controle do PCC sobre a região, o que enfureceu muitas pessoas em Hong Kong. Ele também fez inúmeras outras coisas para perturbar a população local, como promover projetos de desenvolvimento que demoliriam as habitações dos cidadãos.
Leung é conhecido por ser um leal defensor de uma facção do PCC comandada pelo ex-líder chinês Jiang Zemin. Uma fonte familiarizada com a situação informou que a facção de Jiang tem usado Leung para controlar Hong Kong desde sua eleição em 2012.
A fonte disse que a facção de Jiang espera intensificar os conflitos entre Hong Kong e a China continental, a fim de criar caos para o rival de Jiang, o atual líder chinês Xi Jinping. A facção também quer manipular a legislação de Hong Kong para perseguir a prática espiritual do Falun Gong.
Por outro lado, a facção de Xi teria ordenado que Leung não criasse caos na região. Como parte deste esforço, Zeng Qinghong, um assecla e agente-intermediário de Jiang Zemin, está sendo mantido sob vigilância e isolado do mundo exterior, de modo que Leung seja incapaz de contatá-lo. Leung era orientado por Zeng Qinghong para administrar Hong Kong em favor da facção de Jiang.
Uma fonte dos círculos internos do PCC disse que a liderança chinesa está avaliando a situação. Eles afirmaram que não excluiriam a possibilidade de prender Leung para dissipar a raiva do povo de Hong Kong.
Ordenado a se retirar
Entre 22-29 de junho, cerca de 800 mil cidadãos de Hong Kong votaram pela democracia num referendo civil. Neste período político sensível, Xi orientou Leung que tirasse uma licença por vários dias, segundo uma fonte do Epoch Times.
Liao Shiming, um colunista político-econômico de Hong Kong, disse que em circunstâncias normais, se Hong Kong estivesse num momento tão crítico, o chefe-executivo teria de cancelar quaisquer planos de licença. Liao disse que a licença de Leung mostra que as autoridades de Pequim não têm confiança nele e estão tentando aplacar as autoridades chinesas, os altos funcionários civis e os empresários magnatas de Hong Kong, tirando Leung de cena.
Liao acrescentou que os oficiais do PCC temem que a situação saia do controle, de modo que Xi tem sido incapaz de substituir Leung e só pode abrandar a situação colocando-o de licença e prosseguir derrubando gradualmente os aliados de Jiang em Hong Kong.
A facção de Jiang, por outro lado, tentou agravar ainda mais os conflitos sociais, criando em junho um livro branco, ou diretriz política, e fazendo Leung declarar sua concordância com o documento, segundo Liao. A estratégia da Leung de criar caos em Hong Kong seria ideia de Zeng Qinghong, que teria dito: “Quanto mais caótica for Hong Kong, mais fácil será lidar com a cidade.”
Se Leung está tentando ajudar a facção de Jiang criando raiva e insatisfação, ele certamente conseguiu. Quando ele assumiu o cargo, ele tentou levar a cabo um programa nacional de educação “patriótica” pró-comunista, que os cidadãos de Hong Kong repudiaram como lavagem cerebral. O programa foi cancelado após enormes protestos.
Ele também utilizou a máfia local para formar grupos pró-PCC, como a ‘Associação de Cuidados da Juventude de Hong Kong’, que foi criada para perseguir os praticantes do Falun Gong, e o grupo ‘Voz de Hong Kong’, que assedia organizações pró-democracia. Além disso, Leung suprimiu a liberdade de imprensa em Hong Kong demitindo o famoso apresentador de rádio Li Wei-ling e recusando-se a conceder uma licença à Rede de Televisão de Hong Kong.
O referendo de junho não foi a primeira vez que Leung foi orientado a se ausentar de um evento importante. Em abril, Leung foi a Shanghai com 57 membros do Conselho Legislativo de Hong Kong (CoLegHK) e seu presidente Jasper Tsang Yok-sing para uma visita de dois dias e para reunir-se com oficiais do PCC.
No entanto, após a reunião principal com os oficiais acabar, as autoridades enviadas por Xi orientaram Leung e outros apoiadores do PCC em Hong Kong que partissem. De acordo com Tsang, somente os pandemocratas foram autorizados a permanecer e se reunir com os oficiais por mais duas horas.
Forçado a criticar a facção de Jiang
Durante o referendo, o jornal Global Times, que é conhecido por ser leal à facção de Jiang, passou três dias publicando continuamente editoriais sobre o referendo e sobre o movimento “Ocupar Central com Amor e Paz”, um protesto que cidadãos de Hong Kong planejam para julho em prol do sufrágio universal.
O Global Times chamou o referendo pela democracia de “ridículo” e uma “farsa ilegal”. E disse que as 1,3 bilhão de pessoas na China também devem ter uma palavra a dizer sobre a questão das eleições em Hong Kong.
Embora Leung tenha expressado desaprovação pelo referendo, ele também fez um discurso afirmando que não concorda com a reportagem do Global Times. Ele disse acreditar que esses comentários criam atrito entre os 1,3 bilhão de chineses continentais e o povo de Hong Kong.
Em resposta a um comentário do Escritório de Assuntos de Hong Kong e Macau que o referendo era ilegal, Leung disse que o referendo não foi desenvolvido numa base legal, mas isso não significa que crimes tenham sido cometidos. Ele acrescentou que as aspirações e demandas por sufrágio universal em 2017 dos votantes no referendo são consistentes com os pontos de vista do governo central, do governo de Hong Kong e dele próprio.
A postura de Leung sobre o referendo obviamente reflete uma nova orientação vinda de Pequim e destaca o conflito entre os líderes do PCC em relação à situação em Hong Kong.
Shi Cangshan, um analista independente sobre o PCC que vive em Washington DC, observou que Leung criticou uma mídia leal a Jiang, apesar de ser um partidário de Jiang. Shi disse isso indica que Leung está sendo controlado pela liderança de Pequim e está numa situação que o força a dizer o que lhe é ordenado. Impossibilitado de contatar Zeng Qinghong, Leung está ficando desespero, acrescentou Shin.