Liderança de Pequim insatisfeita com chefe de Hong Kong

20/12/2012 22:05 Atualizado: 20/12/2012 22:05
Manifestantes chamam de mentiroso o novo chefe-executivo de Hong Kong, Leung Chun-ying, depois de serem reveladas construções ilegais em sua casa (Sung Pi Lung/The Epoch Times)

A nova liderança na China começou a mostrar sua insatisfação com o chefe-executivo de Hong Kong, Leung Chun-ying.

Em 7 de dezembro, Leung e o líder chinês Xi Jinping visitaram partes distintas da província de Guangzhou, que conecta Hong Kong ao continente. No entanto, eles não se encontram, segundo informações da imprensa de Hong Kong, e Leung retornou a Hong Kong mais tarde naquele dia.

O Apple Daily de Hong Kong citou o analista Willy Lam dizendo que, historicamente, sempre que o chefe-executivo de Hong Kong e qualquer líder do PCC visitassem a província de Guangdong ao mesmo tempo, eles marcariam um encontro como uma forma de cortesia.

Fontes disseram que, embora Leung quisesse se encontrar com Xi Jinping, o líder do Partido Comunista Chinês (PCC) o evitou, um sinal de que a liderança comunista está descontente com várias ações recentes de Leung.

As fontes também disseram que, desde que Leung assumiu o cargo, ao invés de ouvir os líderes anteriores Hu Jintao e Wen Jiabao ou os atuais líderes Xi Jinping e Li Keqiang, que de maneira geral são todos da mesma facção, Leung tem estado à disposição de Zeng Qinghong, um burocrata da outrora poderosa facção liderada pelo ex-líder chinês Jiang Zemin. Zeng Qinghong auxiliou Leung a ascender nas fileiras do PCC, um fato que preocuparia Xi Jinping.

Ações de Leung irritam Pequim

Apenas alguns meses antes de 18º Congresso Nacional do PCC em novembro, Leung introduziu o controverso curso de Educação Moral e Nacional em Hong Kong, conforme orientado por Zeng Qinghong, segundo muitos observadores políticos em Hong Kong. Residentes de Hong Kong amplamente consideraram este programa como “aulas de lavagem cerebral” para crianças promovidas por Pequim e a proposta acabou sendo arquivada depois de dois meses de protestos e oposição de cidadãos irritados.

Leung também permitiu em agosto que 14 ativistas de Hong Kong desembarcassem nas ilhas Senkaku usando navios pesqueiros de Hong Kong. Este ato de provocação não foi aprovado pela liderança em Pequim e colocou pressão sobre os então líderes Hu Jintao e Wen Jiabao a caminho do congresso nacional.

Fontes disseram que Hu Jintao depois ordenou Leung a não participar da reunião da Cooperação Econômica da Ásia-Pacífico (APEC) e deu a entender que Leung poderia ser substituído em breve. Isto forçou Leung a se aliar ainda mais com Zeng Qinghong, acreditando que não tinha ninguém mais a quem recorrer.

As recentes ações de um grupo chamado ‘Associação de Cuidados da Juventude de Hong Kong’ (HKYCA) também foram planejadas por Zeng Qinghong e conduzidas por Leung, segundo fontes que falaram com o Epoch Times.

O grupo tem publicamente perseguido, intimidado e tentado incitar o ódio contra praticantes da disciplina de meditação do Falun Gong em Hong Kong. O objetivo dos ataques era demonstrar o poder contínuo da facção de Jiang Zemin, enquanto implicavam Hu Jintao e Xi Jinping na contínua perseguição ao Falun Gong, tentando assim prevenir que os membros da facção de Jiang Zemin escapem de serem responsabilizados por seus crimes no futuro.

Moradores de Hong Kong protestam contra Leung

Muitos residentes de Hong Kong foram irritados pelos planos de Leung de introduzir “classes de lavagem cerebral”, pelo escândalo de construções não autorizadas e por incitar ataques contra o Falun Gong por meio do HKYCA. Mais de 70 grupos populares de Hong Kong, com cerca de 50 mil participantes, mostraram a intenção de participar numa manifestação em 1º de janeiro contra Leung, organizada pela Frente Civil de Direitos Humanos de Hong Kong.

Fontes dizem que a liderança de Pequim já decidiu privadamente que Leung será substituído, possivelmente usando o escândalo das construções não autorizadas. No entanto, quando isso realmente acontecer, o contexto estará sujeito à situação de Hong Kong, bem como a qualquer futura oportunidade que interesse a liderança em Pequim.

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