Após a tempestade mais severa em pelo menos seis décadas em Pequim, os membros da liderança do Partido Comunista Chinês (PCC) se abstiveram de fazer qualquer declaração sobre o desastre durante sua aparição numa reunião na segunda-feira.
Em 23 de julho, todos os nove membros do Comitê Permanente do Politburo se reuniram em Pequim para a cerimônia de abertura de uma reunião de oficiais de nível provincial e ministerial. O líder chinês Hu Jintao proferiu um discurso na cerimônia, mas não mencionou a tempestade de Pequim.
Neste sábado passado, uma tempestade maciça se abateu sobre a capital do país, inundando a cidade. As autoridades de Pequim afirmaram que apenas 37 morreram na tempestade, mas sobreviventes e testemunhas expressaram dúvidas sobre os números oficiais, postando seus relatos de primeira mão no Sina Weibo, um mídia social chinesa similar ao Twitter.
Nos dias seguintes, a liderança do PCC permaneceu em silêncio sobre o desastre em Pequim. Especula-se que alguns altos oficiais já tenham viajado para o distrito de Beidaihe, na província de Hebei, onde a liderança da China se retira durante o verão e decide sobre as grandes questões políticas atrás de portas fechadas. A próxima geração da liderança comunista, provavelmente, será definida em Beidaihe antes da transição oficial no 18º Congresso Nacional Popular ainda este ano.
De acordo com a organização ‘Defensores dos Direitos Humanos Chineses’, sedeada em Washington DC, as reuniões em Beidaihe começaram em 20 de julho e durarão até 20 de agosto. Policiais armados já estão alinhados nas ruas que levam a locais de atração turística na região, com cada visitante questionado e carros inspecionados.