Um dos oficiais que esteve envolvido num dos maiores casos de contrabando na história da China moderna está manobrando-se dentro do Partido Comunista Chinês (PCC) numa aparente tentativa de sobreviver à purgação atual.
Jia Qinglin, um membro do Comitê Permanente do Politburo, tomou medidas para se distanciar do ex-líder chinês Jiang Zemin e seus asseclas, aparentemente com a intenção de aderir ao próximo líder Xi Jinping.
Jia teve um papel anormalmente ativo na recente remoção de Bo Xilai, o ex-chefe do PCC na cidade de Chongqing, num show de fidelidade à nova geração de líderes, que são liderados por Xi.
Fontes disseram ao Epoch Times que quando ambos trabalharam juntos na província de Fujian, Jia prestava atenção especial a Xi e o apoiava. Agora, enquanto Xi se prepara para assumir a posição de líder do PCC, Jia espera que Xi o apoie em troca.
De acordo com informantes, Jia preparou para si uma rota de fuga da facção de Jiang através de Sun Zhengcai. Em 2002, Sun foi promovido ao cargo de secretário do PCC de Pequim, um movimento que Jia esteve supostamente envolvido. O alinhamento de Sun com o atual líder chinês Hu Jintao e o primeiro-ministro Wen Jiabao ficou claro depois que ele assumiu o papel de Ministro da Agricultura em 2006. Isso desagradou os alinhados de Jiang, a ponto de eles começarem a publicar sorrateiramente artigos atacando Sun, Hu e Wen.
Jia ajudou a plantar seu aliado Sun na atual liderança para mitigar sua própria sobrevivência caso evidências de sua corrupção viessem à tona. Lai Changxing, o suposto chefe de uma rede chinesa gigante de contrabando, foi recentemente extraditado para a China depois de fugir para o Canadá alguns anos antes. Lai é suspeito de subornar vários oficiais ao longo de suas operações de contrabando, incluindo Jia.
Jia provavelmente antecipou a extradição de Lai e temendo que Hu e Wen obtivessem provas de sua corrupção ao investigarem Lai, começou a fazer planos para mudar de lado e se juntar a eles. Isso incluiu a colocação de Sun na facção deles, bem como sua participação ativa em ajudar na queda de Bo Xilai, disseram as fontes.
Shi Zangshan, um especialista em China baseado em Washington, disse que um artigo de uma revista chamada de “Referência Externa”, que é controlada pela facção de Jiang, deixou evidente a tática de evasão de Jia.
O artigo falava sobre Qiang Wei, o atual secretário do PCC da província de Qinghai, e listou todas as conexões que Jia e Qiang compartilharam ao longo de suas carreiras. O texto dizia, “Durante os anos quando ambos trabalharam em Pequim, Qiang Wei tornou-se o braço-direito de Jia Qinglin.”
Qiang Wei havia se envolvido profundamente na perseguição ao Falun Gong. Ele ajudou a estabelecer o Centro de Treinamento de Aplicação da Lei de Pequim, onde praticantes do Falun Gong são detidos e sofrem lavagem cerebral em isolamento. O centro é utilizado para deter secretamente aqueles que eles consideram serem “praticantes principais” e é notório por sua crueldade. Como resultado, Qiang tem sido investigado por várias organizações internacionais de direitos humanos desde 2004.
“Obviamente, a facção de Jiang está tentando assustar [Jia] ao publicar este artigo neste momento”, disse Shi Zangshan. “Depois do 18º Congresso Nacional, a posição de secretário do Comitê dos Assuntos Político-Legislativos deve sair do alcance da facção de Jiang, [que é importante para eles porque] nomeando alguém com uma história de envolvimento na perseguição ao Falun Gong é uma forma de continuá-la.”
“Ao mesmo tempo, o artigo serve como um lembrete para Jia Qinglin, de que ele também estava envolvido na perseguição ao Falun Gong e não será capaz de escapar tão facilmente.”
Nota do Editor: Quando o ex-chefe de polícia de Chongqing, Wang Lijun, fugiu para o consulado dos EUA em Chengdu em 6 de fevereiro, ele colocou em movimento uma tempestade política que não tem amenizado. A batalha nos bastidores gira em torno da postura tomada pelos oficiais em relação à perseguição ao Falun Gong. A facção das mãos ensanguentadas, composta pelos oficiais que o ex-líder chinês Jiang Zemin promoveu para realizarem a perseguição ao Falun Gong, tenta evitar ser responsabilizada por seus crimes e continuar a campanha genocida. Outros oficiais têm se recusado a continuar a participar da perseguição. Esses eventos apresentam uma escolha clara para os oficiais e cidadãos chineses, bem como para as pessoas em todo o mundo: apoiar ou opor-se à perseguição ao Falun Gong. A história registrará a escolha de cada pessoa.