Líder do PCC realiza reunião militar para mostrar apoio

30/05/2012 04:00 Atualizado: 30/05/2012 04:00

O presidente chinês Hu Jintao inspeciona um batalhão do Exército da Liberação Popular durante uma visita à Base Naval Stonecutters em Hong Kong em 30 de junho de 2007. (Mike Clarke-Pool/Getty Images)Em 23 de maio, o líder chinês Hu Jintao e seu provável sucessor Xi Jinping realizaram o 10º Congresso do Partido Comunista Chinês (PCC) do Comando Militar de Pequim, durante a qual Hu exigiu dos oficiais militares obediência absoluta e lealdade ao PCC.

Os principais chefes militares participaram da conferência, incluindo o vice-presidente Guo Boxiong da Comissão Militar Central, que cancelou uma visita de cinco dias ao Japão e à Coreia do Sul a fim de participar. A mudança de programação de Guo foi anunciada na mídia estatal em 22 de maio, dois dias antes de sua planejada decolagem.

O ex-subordinado Guo, o atual comandante do Comando Militar de Pequim, Fang Fenghui, também atendeu à conferência. Entende-se que eles sejam agora firmes apoiadores de Hu Jintao entre os militares, tendo ambos prometido fidelidade publicamente a Hu desde que Bo Xilai foi deposto e purgado do Politburo do PCC.

Fang e Guo são ambos da poderosa região militar do noroeste. Guo foi promovido durante a era de Jiang Zemin, mas apoiou abertamente Hu desde o início de 2012. Fang foi elevado para liderar o Comando Militar de Pequim em 2007 como o mais novo comandante na época. Ele foi homenageado como o comandante-chefe na revisão militar de 2009, e Hu acompanhou a revisão das tropas. Fang foi promovido a general em 2010. “Pode-se dizer que Hu Jintao promoveu-o”, disse o comentarista político Wen Zhao. “Qualquer promoção e transferência de oficiais seniores na Região Militar de Pequim deve ser aprovada por Hu.”

A recente conferência é a última de uma série de esforços do governo Hu para eliminar os obstáculos nas forças armadas.

Ao convocar uma conferência e ter oficiais declarando lealdade à liderança da central do Partido, Hu está escorando seu apoio nas Forças Armadas após a ameaça a sua liderança representada por Bo Xilai e o czar da segurança chinesa Zhou Yongkang. Os dois são aliados políticos e parte da facção em torno de Jiang Zemin, o ex-líder do Partido que os promoveu por se candidatarem a realizar a perseguição ao Falun Gong, uma popular prática espiritual chinesa, numa campanha sangrenta que Jiang conduziu pessoalmente. Zhou e Jiang ambos têm, ou tinham, conexões profundas nas forças armadas e Hu procura corroer isso com grandes reuniões que apresentam ex-aliados militares de Jiang declarando fidelidade à liderança de Hu.

Quando o ex-chefe de polícia de Chongqing, Wang Lijun, fugiu para o consulado dos EUA em Chengdu em 6 de fevereiro, ele colocou em movimento uma tempestade política que não tem amenizado. A batalha nos bastidores gira em torno da postura tomada pelos oficiais em relação à perseguição ao Falun Gong. A facção das mãos ensanguentadas, composta pelos oficiais que o ex-líder chinês Jiang Zemin promoveu para realizarem a perseguição ao Falun Gong, tenta evitar ser responsabilizada por seus crimes e continuar a campanha genocida. Outros oficiais têm se recusado a continuar a participar da perseguição. Esses eventos apresentam uma escolha clara para os oficiais e cidadãos chineses, bem como para as pessoas em todo o mundo: apoiar ou opor-se à perseguição ao Falun Gong. A história registrará a escolha de cada pessoa.